O caju de mesa está ganhando espaço em São Paulo, à medida que a cajucultura se expande para além do nordeste brasileiro, tradicionalmente dominado por Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A Embrapa Agroindústria Tropical está desempenhando um papel importante nesse crescimento ao introduzir clones de cajueiro-anão e promover práticas agrícolas mais eficientes para fortalecer a cadeia produtiva do estado.
Rivail Cardoso, representante da Frutamina Comercial Agrícola, ressalta o apelo do caju entre os consumidores paulistas. “O caju de mesa é uma fruta muito apreciada, com sabor doce e aparência atraente, o que a torna uma escolha popular no mercado local”, explica Cardoso. Diferentemente do nordeste, onde a castanha é o produto mais importante da cajucultura, em São Paulo o foco é a produção de caju para consumo in natura.
O noroeste de São Paulo tem se tornado um polo para o cultivo de caju. Em Urânia, o produtor Pio Padula possui cerca de 200 cajueiros, utilizando a variedade CCP 76, recomendada pela Embrapa para o mercado de mesa. “O CCP 76 tem se adaptado muito bem e estamos conseguindo produzir quase o ano todo”, diz Padula, que destaca a produtividade do clone com adubação química mínima.
Em Aspásia, a produtora Roseli Lopes tem mais de 20 anos de experiência com a cajucultura. Ela conta que a introdução dos clones de cajueiro-anão desenvolvidos pela Embrapa, como o CCP 76, foi essencial para renovar seus pomares e aumentar a produtividade. “Atualmente, trabalhamos com caju para o mercado local e para a indústria de sucos em São Paulo”, explica Roseli.
Para Afrânio Arley, pesquisador da Embrapa especializado em manejo de cajueiros, o mercado de caju em São Paulo está em ascensão. Ele aponta, no entanto, que ainda há áreas para aprimoramento, como as práticas de manejo, pós-colheita e diversificação de variedades. Para isso, a Embrapa lançou recentemente na Agrishow o BRS 555, um novo clone que oferece resistência a pragas e doenças, além de ampliar o período de produção.
Rosiane Lopes, também produtora em Aspásia, planeja plantar o clone BRS 555 para avaliar seu desempenho em termos de produtividade. “Queremos testar essa nova variedade e ver como ela se comporta em nossa região”, afirma Rosiane.
Afrânio Arley também destacou a importância das vitrines tecnológicas para o desenvolvimento da cajucultura em São Paulo. “Essas unidades são importantes para investigar como os nossos clones se comportam em regiões com clima e amplitude térmica diferentes. Isso é uma vantagem para os produtores, pois terão a Embrapa por perto validando os clones e as práticas culturais”, completa o pesquisador.
A expansão da cajucultura em São Paulo, impulsionada pelos esforços da Embrapa, oferece uma alternativa promissora para diversificar a produção agrícola e atender à crescente demanda por caju de mesa. O uso de clones inovadores e a introdução de práticas sustentáveis estão entre as chaves para o crescimento dessa atividade no estado.
Fonte: portaldoagronegocio