Na semana passada, em matéria do AviSite referente ao IPCA de setembro passado, na qual o frango abatido surge com evolução de preço, no ano, de 4,63% no varejo e de quase 19% no atacado, foi comentado que, provavelmente, a diferença se devia ao fato de as baixas de preço ocorridas no final de 2021 não terem sido repassadas ao consumidor. Daí uma base de comparação baixa redundando em um percentual final bastante elevado.
Uma comprovação desse fato é obtida ao comparar-se os preços praticados no varejo da cidade de São Paulo com os preços registrados no Grande Atacado paulistano.
Em dezembro de 2021, por exemplo, o preço alcançado no atacado foi quase 21% menor que o registrado em setembro; já ao nível do consumidor a redução não chegou a 3%. E isso ajuda a explicar por que, em agosto de 2022, os preços no atacado foram 19,4% superiores aos de dezembro/21, enquanto no varejo o aumento ficou em 4%
Situação similar repetiu-se em janeiro deste ano. Pois enquanto os preços no atacado permaneciam em retrocesso e registravam baixa mensal de 13% (menor valor dos 12 meses analisados), no varejo a redução ficou limitada a 7,5%. Daí a margem entre atacado e varejo daquele mês ter superado os 100%.
Igualados em 100 os preços registrados em setembro de 2021 (gráfico abaixo da tabela), observa-se que em nenhum momento os preços registrados no atacado voltaram a superar aquele índice. Já no varejo em pelo menos seis ocasiões alcançaram valor superior a 100.
Pelo demonstrado, também em setembro o varejo continuou convivendo com preços superiores aos de um ano atrás, pois, conforme o IBGE, a variação anual foi de 7,81%. Já o atacado fechou setembro com uma redução anual de 5,25%.