Com a chegada das chuvas, muitos produtores dispensam o uso do sal no cocho, devido a rebrota no pasto. Mesmo as propriedades que têm forrageira em qualidade e quantidade adequadas necessitam suplementar o gado com os minerais não encontrados no solo e que são fundamentais para o bom desempenho do rebanho em todas as fases: cria, recria e engorda.
“A indicação do fornecimento do sal para gado é durante o ano todo. O uso do sal proteinado na seca, quando o índice de proteína é bem implementado na nossa pecuária, inclusive, a ureia como aliada é muito utilizada, desde que os devidos cuidados sejam tomados. Entretanto, nas águas, a continuidade do sal no cocho é essencial para a produtividade, reforço nutricional e proteger o gado contra a perda de peso, já pensando na próxima seca”, explica José Carlos Ribeiro, especialista em Gestão de Agronegócio pela USP/Esalq e CEO da Boi Saúde.
O uso do sal durante os 12 meses do ano é reforçado também pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária com a justificativa do uso do sal mineral nas águas devido a escassez de minerais durante essa época do ano. Esse tipo de sal repõe no organismo elementos essenciais para o funcionamento do organismo bovino, mantendo as funções em dia e evitando problemas que impedem a engorda.
Ao repor cálcio, fósforo, magnésio, enxofre, potássio, flúor, ferro e outros elementos que compõem o sal mineral e que auxiliam na prevenção de abortos nas matrizes; crescimento lento dos bovinos; fraturas e queda na resistência orgânica, entre outros problemas que a propriedade tem impacto positivo direto no desenvolvimento do gado.
“O investimento do sal mineral é considerado baixo frente aos benefícios que proporciona para a produtividade do gado de corte. Além de encontrar formulações prontas, o produtor pode prepará-lo na propriedade, de acordo com o número de cabeças e sem necessidade de maquinário específico”, destaca Ribeiro.
Com o fim da seca e entrada nas águas nas próximas semanas é imprescindível que o produtor faça o planejamento e substituição do sal proteinado pelo sal mineral, apenas adequando a dosagem que varia entre entre 80 e 100 gramas por dia, a partir de recomendação da Embrapa.
A partir dessa estratégia, ao enfrentar o período sem pasto, o gado estará mais nutrido e protegido com a perda de peso comum na seca e que causa grandes impactos financeiros para a propriedade. “Se o produtor ainda quiser resultados mais expressivos de engorda, poderá adicionar a virginiamicina, aditivo melhorador de desempenho, cujo manejo é simples e diretamente no cocho, como o sal mineral, e que trará aumento de arrobas e melhorias na qualidade do produto”, finaliza José Carlos Ribeiro