A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, com o apoio financeiro do Fundo JBS pela Amazônia, criaram um painel(https://8s56wv-luiz0gustavo-fernandes0sereno.shinyapps.io/dash-bioeconomia/) de dados que reúne e integra informações sobre três grandes cadeias produtivas da floresta Amazônica: açaí, cacau e babaçu.
A base de dados da iniciativa foi desenvolvida a partir de estatísticas colhidas em 35 anos, entre 1986 e 2021, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O painel permite visualização do valor da produção, quantidade em tonelada e região.
Também é possível comparar a evolução dos diferentes produtos da Bioeconomia no Brasil ao longo do tempo. O levantamento de fontes de dados teve início em 2022, quando as organizações decidiram mapear informações sobre a biodiversidade brasileira, com foco nas cadeias escaláveis e gargalos de agregação de valor. Ele surgiu com a necessidade de desfragmentar os debates acerca da bioeconomia, que também são, muitas vezes, setorizados, difíceis de se dimensionar e analisar.
O painel é uma das frentes elencadas pelas organizações em 2022. Outras duas preveem a cooperação para criação de políticas públicas inclusivas, que fomentem oportunidades e estimule a inovação; e o fortalecimento de programas de fomento à pesquisa para a implantação de polos regionais de excelência voltados à produção de conhecimentos em biodiversidade e ecossistemas nativos.
De acordo com Eduardo Roxo, colíder da Força-Tarefa de Bioeconomia da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, uma política nacional com foco neste setor específico é importante para alavancá-lo. “Para ela existir, é essencial termos os dados compilados, principalmente quando ganha escala. O painel mostra o valor dessa economia e pode colaborar com a criação de políticas públicas mais direcionadas”.
Para Adriana Barros, do Grupo de Trabalho de Bioeconomia da Uma Concertação pela Amazônia, ter acesso à integração de dados será um salto positivo para ampliar o potencial para o desenvolvimento sustentável de arranjos e processos produtivos das diversas cadeias. “A bioeconomia tem sido pauta recorrente em diversos segmentos e a nossa intenção é trazer mais valor e fortalecer este mercado, que tem muito para ser uma solução sustentável para os diversos biomas brasileiros”, comenta.
Andrea Azevedo, diretora do Fundo JBS pela Amazônia, afirma que a bioeconomia é uma grande oportunidade para o Brasil e, ao mesmo tempo, um grande desafio. “Sabemos que o setor pode gerar emprego e renda e ganhar mais expressividade no PIB do país, mas, para isso, devemos conhecer os números a partir de uma ampla base de dados que consiga abranger as principais cadeias produtivas”.
Fonte: portaldoagronegocio