Nesta semana, o projeto Campo Futuro promoveu o levantamento de custos de produção das cadeias de cana-de-açúcar, fruticultura, grãos, hortaliças, pecuária de corte e silvicultura nos estados da Bahia, Maranhão, Minas Gerais e são paulo.
Os painéis são realizados em parceria com as federações de agricultura e pecuária dos estados, sindicatos rurais, produtores e analistas do Cepea/Esalq e Pecege/Esalq.
Cana-de-açúcar – O painel analisou a cultura em Batatais (SP), em uma propriedade rural com 100 hectares de produção e seis cortes por ciclo produtivo. A produtividade média da região é de cerca de 80 toneladas por hectare.
De acordo com o levantamento, os produtores da região têm iniciado o uso de alguns insumos biológicos para o controle de pragas e doenças da cultura.
Grãos – Os painéis de grãos aconteceram em Balsas (MA) e Luís Eduardo Magalhães (BA), nas culturas da soja e do milho.
Em Balsas, os produtores obtiveram colheitas dentro da expectativa para a soja e milho 1ª safra. A produtividade média obtida foi de 59 sacas por hectare para a soja, 140 sacas/ha para o milho 1ª safra e 85 sacas/ha para o milho 2ª safra. Por outro lado, os custos com fertilizantes para a soja tiveram alta de 98%. Para os herbicidas, esse aumento foi de 170% para o milho 2ª safra.
No município de Luís Eduardo, a propriedade típica da região registrou boa produtividade. Para a soja, foram colhidas 67 sacas/ha em média e para o milho 1ª safra, 180 sacas/ha. Os custos com fertilizantes e herbicidas para a soja no período analisado tiveram alta de 68% e 88%, respectivamente. Para o milho 1ª safra, devido às altas infestações com cigarrinha, os inseticidas tiveram aumento de 78%.
Fruticultura – Também em São Paulo, no Vale do Ribeira, o Campo Futuro analisou os custos de produção da banana com apoio também da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar).
A região possui maior expressividade na produção da variedade nanica e a propriedade modal, que representa a atividade produtiva local, possui 20 hectares cultivados e produtividade média de 30 toneladas/hectare.
“Cabe destacar que em 2012 foi realizado um painel semelhante onde foi levantado o perfil tecnológico e produtivo e, à época, o modal possuía 25 hectares. Conforme indicado pelos produtores, a redução da área média das propriedades está atrelada ao desafio da sucessão familiar,” explicou a assessora técnica da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Letícia Fonseca.
Hortaliças – Em Monte Alto (SP), o levantamento de custos avaliou a cultura da cebola em uma área de mil hectares. Na região, aplicam-se dois sistemas de plantio, determinados em função das condições ambientais e de mercado.
O plantio é realizado entre fevereiro a março, via transplante de mudas, e de fevereiro a maio via semeio direto. Há um predomínio de semeio direto, com propriedades de 25 hectares e produtividade de 50 toneladas/hectare. O sistema de cultivo é irrigado, com manejo mecanizado, mas colheita manual.
“A alta demanda por mão de obra, especialmente para a colheita, é um fator que onera a atividade, e a baixa disponibilidade de mão de obra tem sido um fator limitador na produção. Faz-se necessário o desenvolvimento de tecnologias que possibilitem a colheita mecanizada”, avaliou Letícia Fonseca.
Pecuária de corte – O Campo Futuro levantou os custos de produção de gado de corte em propriedades de cria e terminação.
Em Uberaba (MG), a propriedade modal comercializa aproximadamente mil animais por ano para terminação. A aquisição de animais para engorda representou 66,3% dos custos operacionais efetivos (COE) da atividade, seguido pela alimentação, com 18,7% do COE.
Já em Montes Claros, o projeto avaliou a produção de bezerros em uma propriedade modal com 110 matrizes. Nesse sistema, os custos com mão-de-obra representaram 27,2% do COE, seguido por suplementação, com 23,2%.
Silvicultura – O painel em Sabinópolis (MG) analisou os custos de produção do eucalipto em uma propriedade modal com 50 hectares de produção e índice de matéria acumulada (IMA) de 40 m 3 /ha/ano.
O ciclo de produção da cultura é de sete anos sem desbastes ao longo do tempo. A madeira é destinada à fabricação de celulose. As operações são terceirizadas e o item que mais onera o sistema produtivo é majoritariamente a colheita.
Fonte: portaldoagronegocio