A procura por métodos de reprodução assistida, como a inseminação artificial, está aumentando. Atualmente, “temos mais estresse, horários de trabalho, uso de medicações, intervenções em nosso corpo, pouco sono, além das maluquices do mundo moderno”. Segundo a ginecologista Karen Rocha de Pawn, especialista em Reprodução Humana, os fatores apresentados dificultam o processo de engravidar.
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O que é inseminação artificial?
Inseminar significa colocar o sêmen em algum lugar. No caso da inseminação artificial, os médicos aplicam o sêmen na mulher com o uso de um cateter. “A inseminação natural é o coito sexual: o homem ejacula na vagina e o sêmen consegue ir nadando pelo colo, útero, trompas e ovário. Na inseminação artificial, inseminamos direto no útero, então, o esperma só tem que andar pela trompa e ovário”.
A inseminação artificial facilita a gravidez. Por exemplo, se um casal jovem tem 25% de chances de engravidar naturalmente, com a inseminação, a porcentagem sobe para 35 ou 40%, explica Karen. Entretanto, as taxas de eficácia variam de acordo com a idade e com as condições de saúde dos tentantes.
Como é feita a inseminação artificial?
Basicamente, para realizar a inseminação artificial, é preciso fazer a coleta do sêmen que será usado – pode ser do parceiro ou de um doador, dependendo do caso. Depois, é preciso estimar a data de ovulação: “esperamos a paciente menstruar e, a partir daí, começamos a fazer ultrassons seriados para ver quando ocorrerá a ovulação.
Algumas mulheres precisam passar por uma indução de ovulação. Como explica Karen, “podemos usar um gatilho para a ovulação, uma injeção aplicada 36 horas antes da inseminação”. Além disso, é comum que o esperma colhido passe por um tratamento. “Primeiro, porque o sêmen é composto por 90% de proteína. Ainda, às vezes, há espermatozoides mortos ou sem mobilidade, o que só causa volume e atrapalha”. O preparo é feito com uma centrifugação, que escolhe os melhores espermatozoides.
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Quem pode fazer a inseminação artificial?
A inseminação artificial é indicada quando o casal está com dificuldades para engravidar. Se o sêmen apresenta problemas leves em sua composição, por meio de uma centrifugação, será possível concentrar os espermatozoides mais saudáveis. Além disso, mulheres com dificuldades para ovular podem se beneficiarem da indução de ovulação. Ainda, mulheres que querem ser mães solo ou casais de lésbicas podem recorrer a esse método com um doador de sêmen.
Procedimentos necessários para fazer a inseminação artificial
O primeiro passo é procurar um consultório especialista em reprodução assistida. Então, após uma conversa, normalmente, o médico pedirá os seguintes exames:
- Perfil hormonal: feito na mulher para entender se há uma causa hormonal dificultando a gravidez.
- Espermograma: feito no homem para avaliar como é a composição do sêmen e se há muitos espermatozoides mortos ou com baixa capacidade de se mover.
- Colposcopia e papanicolau: feitos na mulher para verificar se não há infecções.
- Ultrassom transvaginal e histerossalpingografia: também feitos na mulher para verificar se há uma alteração anatômica atrapalhando a chegada do esperma às tubas ou a adesão do feto ao útero.
Por meio de uma consulta e dos exames, o especialista conseguirá entender melhor o que está dificultando a gravidez. Assim, ele poderá indicar o melhor tipo de inseminação artificial para cada caso.
Inseminação não é tudo igual: conheça os tipos
Como a ginecologista Karen explicou, normalmente, a inseminação artificial consiste em aplicar o sêmen direto no útero com o cateter. Entretanto, essa não é a única técnica empregada. Existem dois tipos: intrauterina e intracervical.
A inseminação artificial intrauterina é a mais conhecida. A técnica é realizada com o cateter e reduz parte do caminho dos espermatozoides, aumentando, assim, as chances de engravidar.
Já a inseminação artificial intracervical consiste em aplicar o sêmen diretamente na vagina com o auxílio de uma seringa. Essa técnica é a mais parecida com a inseminação natural. Ela é muito usada em mães solo e mulheres lésbicas, que não querem ter relações sexuais com homens.
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Inseminação artificial vs. Fertilização in Vitro
A inseminação artificial é uma técnica mais simples que a fertilização in vitro (FIV). Por isso, elas são usadas em momentos e casos diferentes, inclusive o valor aumenta bastante da primeira para a segunda. Segundo Karen, “normalmente a FIV é indicada quando a paciente não tem trompa ou se o sêmen é muito ruim”. Ou seja, ela é indicada para casos mais graves, em que não adianta apenas tratar levemente o sêmen e injetá-lo na cavidade uterina. Também pode ser uma alternativa quando os tratamentos mais simples não estão dando resultados.
Para ficar mais claro, na fertilização in vitro, os médicos retiram os óvulos da mulher por videolaparoscopia. Assim, em laboratório, é realizada a união entre o óvulo e o espermatozoide. Quando o embrião está formado e começa e se multiplicar, ele é injetado no útero.
Doutora, conta mais sobre inseminação artificial?
Tratamentos de reprodução assistida não são tão comuns no dia a dia da maioria das pessoas. Além disso, é um assunto relativamente novo, que está ganhando espaço nas mídias e despertando dúvidas sobre o tema. Abaixo, a ginecologista Karen de Pawn esclarece diversas questões:
Dicas de Mulher – Quantas vezes um casal pode tentar passar pela inseminação artificial?
Karen de Pawn – Ela é tentada de três a seis vezes, segundo os livros. Quando algum passo não funciona – se a gente não consegue passar o cateter, se o sêmen começa a ficar muito ruim ou se a paciente não consegue ovular com as dosagens pequenas da inseminação – então, passamos para outro método de tratamento.
É possível ter gravidez múltipla ao fazer inseminação artificial?
Sim, porque na inseminação artificial em consultório é muito difícil reproduzir o ciclo natural. Geralmente, a gente faz uma indução controlada de ovulação, com isso, há mais de um óvulo, então, a gestação múltipla é factível.
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A inseminação artificial está disponível hoje pelo SUS?
Sim, existem alguns serviços que fazem a inseminação artificial gratuitamente. Em São Paulo, por exemplo, eu me recordo de dois, o Hospital Pérola Byington e o Diadema.
A idade do casal pode interferir no sucesso da inseminação?
Sim, principalmente a idade da mulher. A partir dos 35 anos, cada vez fica mais difícil de engravidar. Acima dos 40 anos, a gente tem uma taxa de gravidez de 8% por meio da inseminação artificial.
É possível fazer inseminação caseira? Existem riscos no método?
Sim, é possível, mas há risco de transmissão de ISTs ou uma infecção pelo manuseio, já que a seringa e o cateter precisam passar por uma higienização adequada.
Quanto custa uma inseminação artificial?
Muitos fatores estão envolvidos no custo de uma inseminação artificial. Então, depende muito da quantidade de remédio que a mulher for usar, do tanto de ultrassons que serão necessários, se o homem terá que colher mais ou menos amostras de esperma e se será necessário usar um cateter especial. No geral, uma inseminação pode sair entre 5 e 15 mil reais, dependendo dessas variáveis.
Nem todos os casos precisam de uma inseminação artificial. Então, se você estiver com dificuldade para engravidar, não se desespere e, antes de procurar um especialista, leia a matéria sobre como engravidar. Uma rotina saudável, ingestão de vitaminas e acompanhamento ginecológico podem facilitar o processo.
Fonte: dicasdemulher