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Agronegócio

Ritmo de comercialização da safra de soja 2022/23 no Brasil apresenta desaceleração

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“A queda dos preços no Brasil novamente retraiu os produtores, que avançaram nas negociações por questões ligadas basicamente à necessidade de fazer caixa frente a obrigações financeiras e de armazenagem devido à chegada da colheita da safrinha de milho no Centro-Oeste e no Sudeste”, explica o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

No lado dos preços, além dos prêmios de exportação ainda pressionados pela grande oferta interna, a queda recente dos contratos futuros em Chicago, que reflete a possibilidade de uma supersafra nos Estados Unidos, aumentou a pressão sobre os preços brasileiros, que voltaram a ter um mês negativo em maio. “Tal fato retraiu ainda mais os produtores, que naturalmente não aceitam preços cada vez mais próximos dos custos de produção”, pondera o consultor.

É importante salientar que, de fato, em vários locais do país a margem dos produtores se aproxima do zero, trazendo um ambiente muito diferente do que vimos nos últimos anos. “De qualquer forma, muitos produtores têm a necessidade de avançar nas vendas devido a obrigações financeiras de curto prazo e a liberação de espaço físico de armazenagem para a chegada de uma safrinha de milho que, o que tudo indica, será recorde”, destaca o analista.

“Lembramos que existe uma oferta de soja ainda muito grande no Brasil, e a demora no escoamento dessa superprodução tenda a jogar contra os produtores nos próximos meses, mesmo que tenhamos uma tendência da recuperação dos prêmios no segundo semestre”, adverte o consultor.

Segundo pesquisa realizada por SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até o dia 2 de junho, 56,7% da safra brasileira de soja 2022/23 foram vendidos, com avanço de 5,7 pontos percentuais frente ao percentual do mês anterior (51,0%). O percentual atual equivale a aproximadamente 88,177 milhões de toneladas negociadas, de uma safra atualmente estimada em 155,656 milhões de toneladas. Em mesmo período do ano anterior, o percentual era de 65,9%, enquanto a média das últimas cinco safras para o período é de 73,0%.

Para a nova safra brasileira de soja (2023/ 24), os dados um percentual teórico comercializado de apenas 8,1% de uma produção ainda hipotética (base safra 2022/ 23). Em mesmo período do ano passado, o percentual era de 13,3%. A média das últimas cinco safras para o período é de 17,7%. Para o cálculo atual, utilizamos a base da safra 2022/23, pois a primeira estimativa de SAFRAS & Mercado para a nova safra (2023/ 24) será divulgada em julho, no tradicional relatório de intenção de plantio.

Fonte: portaldoagronegocio

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