Açúcar: Os preços médios do açúcar cristal branco estiveram firmes ao longo de maio. Ainda que o tempo mais seco no mês tenha contribuído para o bom desempenho da colheita e do processamento da cana-de-açúcar, poucos foram os lotes do cristal Icumsa até 180 disponíveis para venda à pronta-entrega. Usinas paulistas consultadas pelo Cepea priorizaram a entrega do açúcar já contratado, tanto para o mercado interno quanto para o externo, cenário que deu sustentação aos preços médios da saca do cristal no spot paulista.
Algodão: Após caírem por quatro meses consecutivos, os preços do algodão em pluma subiram em maio. O impulso veio sobretudo da postura mais firme de vendedores, que estiveram atentos aos momentos de altas no valor externo da pluma e da paridade de exportação. As cotações internas também foram sustentadas por ofertas de compra ligeiramente maiores, na tentativa de atrair vendedores. Como os preços no Brasil ainda estão operando abaixo da paridade de exportação, alguns vendedores passaram a se interessar mais por contratos para escoar a pluma ao mercado externo, limitando a disponibilidade no spot nacional.
Arroz: As cotações do arroz em casca registraram baixas em praticamente todos os dias de maio no Rio Grande do Sul – no acumulado do mês (de 28 de abril a 31 de maio), o recuo foi de 6,3%. Esse contexto está atrelado à necessidade de caixa de produtores, à menor paridade de exportação e à pressão de outras commodities, como soja e milho. Quanto à movimentação no mercado, está enfraquecida. Compradores aguardam novas quedas de preços, enquanto vendedores estão retraídos, de modo geral.
Boi: Os preços do bezerro (de 8 a 12 meses), do boi gordo para abate e da carne negociada no mercado atacadista recuaram com certa força ao longo de maio. Esse movimento verificado em toda a cadeia pecuária nacional esteve atrelado sobretudo à maior oferta de animais neste final de safra.
Café: O ritmo de negócios envolvendo o café arábica cresceu um pouco no encerramento de maio. Segundo colaboradores do Cepea, esse cenário esteve atrelado ao aquecimento na procura de agentes de indústrias por cafés mais finos.
Etanol: Dados do Cepea mostram que, em maio, o volume de etanol anidro negociado no mercado spot do estado de São Paulo foi o maior desde setembro de 2021. A proximidade da mudança tributária no regime monofásico, iniciada no último dia 1º de junho, resultou em aceleração dos negócios de anidro para consumo interno (no estado de São Paulo) e de outros estados. Assim, distribuidoras participaram de maneira mais ativa, adquirindo maiores volumes tanto em São Paulo quanto em outros estados do Centro-Sul.
Frango: Apesar da boa liquidez e da elevação dos preços da carne de frango no início de maio, as desvalorizações ocorridas a partir da segunda quinzena resultaram em queda no valor médio mensal frente a abril. Esse movimento de pressão sobre os valores nas últimas semanas de maio, por sua vez, esteve atrelado sobretudo à demanda enfraquecida pela carne. Trata-se do segundo mês consecutivo de baixa nos preços.
Milho: As cotações internas do milho atravessaram mais um mês em queda e operaram em maio nos menores patamares nominais desde agosto de 2020. Os principais fundamentos para os recuos foram: estimativas indicando safras volumosas no Brasil e nos Estados Unidos, onde o clima esteve favorável na maior parte de maio, e a redução na demanda, pois compradores postergaram as aquisições, à espera de desvalorizações mais intensas com o avanço da colheita de segunda safra, que começou em maio no Brasil.
Ovinos: As negociações envolvendo ovinos estiveram enfraquecidas ao longo de maio. De acordo com pesquisadores do Cepea, as cotações do animal oscilaram, mas com as quedas prevalecendo.
Soja: As condições climáticas favoráveis à semeadura da soja no Hemisfério Norte e a finalização da colheita no Brasil pressionaram as cotações nos mercados internacional e doméstico em maio. O enfraquecimento da demanda externa também pesou sobre os valores, visto que consumidores globais postergaram as aquisições, na expectativa de adquirir lotes a preços menores nos próximos meses. Esses agentes estiveram fundamentados na ampla oferta mundial da oleaginosa, prevista pelo USDA em 410,58 milhões de toneladas na temporada 2023/24, um novo recorde e 10,8% superior às 370,4 milhões de toneladas projetadas para a safra atual (2022/23).
Trigo: Em maio, os produtores brasileiros de trigo estiveram focados na semeadura da nova safra, que está avançando no País. Estimativas indicam que a área nacional com o cereal deve crescer em 2023. No entanto, a produção pode ser inferior ao recorde registrado em 2022, devido à possibilidade de menor produtividade da nova safra. De acordo com dados divulgados pela Conab em maio, a área com trigo deve aumentar 7% no Brasil, para 3,3 milhões de hectares, impulsionada principalmente pelo crescimento de 12,5% previsto para o Paraná. As áreas com trigo também devem aumentar na Bahia, em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais. Já para Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal e São Paulo, estimativas apontam manutenção de área.
Fonte: portaldoagronegocio