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Agronegócio

Embrapa irá fortalecer a presença e a atuação em rede no Matopiba

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Embrapa irá fortalecer a presença e a atuação em rede no Matopiba

Dirigentes de três Unidades da Embrapa – Embrapa Cocais, Embrapa Meio Norte e Embrapa Algodão – realizaram, de 29 de agosto a 2 de setembro, visita técnica ao município de Balsas-MA e região para identificar demandas e oportunidades para novos projetos em parceria com o setor produtivo e diferentes atores das cadeias produtivas locais. A iniciativa faz parte da articulação de Unidades da Empresa – que inclui também, nesse primeiro momento, Embrapa Pesca e Aquicultura, Embrapa Soja, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Solos e Embrapa Territorial – para fortalecer o agronegócio com inclusão produtiva e sustentabilidade ambiental na região da MATOPIBA, conhecida como uma importante fronteira agrícola do País e formada por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Atualmente o MATOPIBA tem como foco a produção de grãos e fibras, além de bovinos em sistema de Integração.

Na programação, houve reunião com representantes da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA e do Instituto Federal do Maranhão – IFMA de São Raimundo das Mangabeiras, com os quais a Embrapa Cocais formalizou uma Unidade Mista de Pesquisa e Inovação – UMPI, com empresas de consultoria e representantes da Associação dos Produtores de Soja – APROSOJA do Maranhão e do Piauí, da Associação Maranhense dos Produtores de Algodão – AMAPA e da Associação Piauense dos Produtores de Algodão – APIPA. Os dirigentes das UDs também visitaram fazendas produtoras de soja, milho e algodão (Fazenda Parnaíba/SLC Agrícola e Fazenda Temerante/Paulo Krelling) e ainda a Fazenda Cajueiro (produção de sementes e áreas irrigadas) e a Fazenda Santa Luzia, modelo na Integração Lavoura Pecuária – ILP.

Na UEMA, foi discutida com dirigentes e professores proposta para aumentar a sinergia nos projetos de pesquisa e inovação, além da participação da Embrapa no Programa de Pós-graduação. Para isso, um Plano de Atividades será elaborado, que incluirá o compartilhamento de estruturas e projetos de pesquisa para atender o setor produtivo. Os produtores, por sua vez, apresentaram o cenário atual e os desafios para a pesquisa, como a compactação do solo, recuperação de áreas degradadas e uso de áreas marginais, sustentabilidade ambiental, diversificação de culturas, ocorrência de pragas, fortalecimento da pequena agricultura no entorno, imagens digitais em áreas de cultivo, entre outras demandas.

Como parte da estratégia corporativa, a Embrapa Algodão reforçou a equipe no estado do Maranhão, com a alocação do pesquisador João Henrique Zonta na Embrapa Cocais. “Nosso principal foco de pesquisa é a sustentabilidade da cadeia produtiva do algodão, soja e milho. Vamos trabalhar a melhoria das condições de solo, retenção de água, para tornar o sistema mais resiliente a secas e veranicos. Vamos trabalhar com culturas de cobertura, busca de novas espécies visando melhoria do solo, ciclagem de nutrientes”, relatou. Também serão realizadas pesquisas com a cultura do gergelim, como opção de safrinha, em sucessão com a soja. “Tem ainda uma demanda por pesquisas para recuperação de pastagens degradadas para se tornarem novas áreas de cultivo, sem necessitar abrir novas áreas, além dos sistemas integrados ILP e ILPF”, completa.

Impressões dos gestores

Segundo o chefe-geral da Embrapa Cocais, a expectativa é dinamizar a agenda de ações no MATOPIBA e aumentar a capacidade da Rede Embrapa em parceria com as instituições de pesquisa e o setor produtivo para alcançar resultados ainda mais robustos na região, com foco no modelo de inovação aberta na Empresa, modelo esse majoritário na Embrapa Cocais. “A Embrapa Cocais atua majoritariamente em inovação aberta, onde os campos experimentais são as áreas dos nossos parceiros e clientes, e não queremos perder essa vantagem competitiva, que tem sido reconhecida e destacada por nossos parceiros”.

“Por isso estamos buscando reforçar esse alinhamento, identificar onde a Embrapa pode fazer a diferença, alavancando a força da rede, para participar de forma mais efetiva no território, que apesar de ter uma atividade produtiva consolidada, ainda tem bastante fôlego para crescer e muitas demandas de pesquisa. Estima-se que a produção nessa região irá triplicar nos próximos 10 anos. A aproximação com os parceiros vai fortalecer o modelo que estamos desenhando da Rede de Pesquisa e Inovação Maranhense, incluindo a UMPI”, concluiu.

Para Alderi Araújo, chefe-geral da Embrapa Algodão, “o Matopiba é a região de maior potencial de crescimento agropecuário nos próximos anos e é fundamental que a Embrapa tenha uma presença marcante, que se antecipe aos fatos e possa gerar conhecimento sobre a região. Importante disponibilizar esse conhecimento para quem quer ocupar a região e oferecer condições para aqueles que já estão possam aumentar seus níveis de produtividade e agregar maior tecnologia aos seus negócios, transformando o Matopiba numa região de grande impacto econômico para o País”.

Na visão de Teresa Hêrr, chefe-adjunta de inovação e tecnologia da Embrapa Meio Norte, o diálogo com os representantes do agronegócio é estratégico na atual realidade. “A participação da Embrapa como agente indutor de desenvolvimento passa pela percepção de como os atores do agronegócio estão se posicionando diante do rápido e permanente ciclo de mudanças tecnológicas. É cada vez mais importante a antecipação de cenários para segurança do sistema produtivo”.

Para Dirceu Klepker, coordenador técnico da Unidade Experimental de Pesquisa – UEP Balsas-MA da Embrapa Cocais, “ficaram evidentes o reconhecimento do setor produtivo pela contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da região e também as expectativas do setor produtivo em relação às ações futuras de pesquisa na região. As bases para as parcerias foram estabelecidas e os próximos passos serão realizados em comum acordo com as instituições e o setor produtivo”.

Como desdobramento dessa primeira aproximação, a Embrapa deverá apresentar nas próximas semanas, à organização dos produtores, os projetos para desenvolvimento de ativos para superação dos principais desafios apontados pelo setor para pavimentar o crescimento da região com sustentabilidade.

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