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Agronegócio

Arroz: Preços Globais Mantêm-se Estáveis e Firmes

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Em abril, os preços mundiais do arroz aumentaram em média 3,5% devido à forte demanda asiática e africana, enquanto os suprimentos exportáveis estão mais apertados, pelo menos até que a nova safra comece a chegar em junho. As previsões de produção para 2023/2024 podem ser revisadas para baixo devido ao risco de seca nas principais regiões produtoras da Ásia como consequência do fenômeno meteorológico El Niño. Os especialistas preveem até um evento climático particularmente severo em 2023, que terá um impacto sobre os suprimentos exportáveis em 2024. Portanto, espera-se uma tendência altista sobre os preços mundiais do arroz nos próximos meses.

No último ano, os preços mundiais já se valorizaram em uma média de 20%. A Índia e o Paquistão registraram os maiores aumentos, entre 30 e 40%, devido à nova política de preços de exportação da Índia e à queda de 30% na produção paquistanesa. Na Tailândia e no Vietnã, embora os aumentos tenham sido mais moderados, os preços de exportação atingem o nível mais alto dos últimos dois anos. No início de maio, os preços mundiais permaneciam firmes, marcando a maior alta em dez anos.

Em abril, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) subiu 7,5 pontos, para 229,9 pontos (base 100=janeiro de 2000), contra 222,4 pontos em março. No início de maio, o índice IPO continuava firme em 237 pontos.

Produção mundial

De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2022 caiu 1,8%, para 778,2 Mt (516,7 Mt base beneficiado), contra 792,1 Mt em 2021. A produção diminuiu por causa das más condições climáticas no sul da Ásia, especialmente no Paquistão, onde as safras caíram 30%. Na China, a produção caiu 1,3%, assim como no Vietnã. Em contraste, a produção da Índia e da Tailândia aumentou. Nos Estados Unidos, a produção caiu mais 16% após um novo declínio nas áreas arrozeiras.

No Mercosul, a produção caiu 11%, voltando para o nível de 2019. Na África Subsaariana, a produção de arroz foi novamente perturbada pela falta de insumos e pelas inundações. No entanto, a produção africana em 2023 pode melhorar, especialmente na África Ocidental. Em 2023, a produção mundial poderia cair novamente em 1,5%. A redução afetaria os principais países produtores da Ásia, bem como do Hemisfério Ocidental e da União Europeia.

Comércio e estoques mundiais

Em 2022, o comércio mundial de arroz teria aumentado 7,5%, atingindo um recorde de 56 Mt, equivalente a 11% da produção mundial. Essa estimativa foi revisada para cima após do relaxamento nas restrições de exportação da Índia. No entanto, espera-se que a menor produção mundial em 2022 tenha um impacto no comércio mundial em 2023, que poderia cair 4,4%, para 53,6 Mt. Na Ásia, as necessidades de importação permaneceram estáveis, enquanto na África Subsaariana, as importações teriam aumentado 6% em 2022, principalmente devido ao recrudescimento das importações da Nigéria e da Costa do Marfim.

Também se espera que as importações aumentem nas Américas e na União Europeia. Do lado dos exportadores, as vendas indianas atingiram um novo recorde de 22,3 Mt, já 4% a mais que o recorde do ano anterior. A Índia consolida sua liderança com 40% das exportações mundiais. Enquanto isso, a Tailândia recuperou seu segundo lugar no ranking mundial, à frente do Vietnã, graças a uma forte atividade de exportação no final de 2022. 

Os estoques mundiais de arroz terminando no final de 2022, teriam aumentado 1,1% para 197 Mt contra 194,8 Mt. Isto representa 38% das necessidades de consumo mundial e as reservas permanecem acima da média dos últimos cinco anos. A redução de 2% nos estoques chineses foi parcialmente compensada pelo aumento das reservas indianas de 16% em 2022. Entretanto, as reservas chinesas permanecem abundantes, equivalentes a 70% do consumo interno e 50% dos estoques mundiais. Nos principais países exportadores, os estoques aumentaram 17% em 2022 para 58 Mt, já 30% dos estoques mundiais.

Em 2023, espera-se que os estoques mundiais diminuam 1,3%, para 194,4 Mt, devido à queda anunciada na produção mundial em 2022/2023.

Fonte: portaldoagronegocio

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