Um dia após a decisão do BC, que abrandou ligeiramente sua orientação sobre a possibilidade de novo aperto monetário, sem indicar a possibilidade de corte da taxa, Haddad voltou a defender “harmonização” das políticas monetária e fiscal e prometeu “perseverar no diálogo com o Banco Central e no diálogo com a sociedade”.
“Eu fiquei bastante preocupado com a decisão de ontem do nosso Copom (Comitê de Política Monetária)”, disse, ao afirmar que os juros no Brasil são os maiores do mundo em meio a uma taxa de inflação decadente.
O ministro disse que “não é verdade” que a discussão sobre a conjuntura monetária opõe o político ao técnico, defendendo que há visões sobre como se deve comandar a política econômica que precisam chegar ao conhecimento da sociedade.
O ministro afirmou ainda que não quer colocar “pressão política no sentido pejorativo do termo” sobre “órgão público que tenha legitimidade”, referindo-se ao BC.
Em apresentação ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, Haddad disse que o governo está trabalhando em um plano econômico de médio e longo prazo que ainda não veio a público por conta de um “passivo enorme” a ser enfrentado.
Haddad citou “um passivo grande no Congresso, um passivo grande junto ao Judiciário, um passivo grande federativo”.
Nesse contexto, “não é fácil você enfrentar o que nós estamos enfrentando para colocar o trem no trilho, mirando metas desafiadoras, como, por exemplo, o reequilíbrio das contas públicas em 2024”, disse o ministro.
Haddad disse ainda que o governo depende do Congresso e do Judiciário para alcançar sua meta de rever desonerações.
“Dependemos do Congresso Nacional, dependemos da sensibilidade do Judiciário para alcançar essa meta que está à mão, em que estamos determinados… e abrir espaço para que, depois da votação da regra fiscal, a gente possa enfrentar um dos maiores desafios desse país, que é a reforma tributária”, afirmou ele.
Fonte: portaldoagronegocio