Agricultores argentinos venderam 3,1 milhões de toneladas de soja entre segunda e quarta-feira, quase cinco vezes mais do que o total vendido na semana passada, após a aplicação de uma taxa de câmbio preferencial para esses negócios pelo governo, informou na quinta-feira a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR).
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, e o terceiro maior exportador de soja, mas até a semana passada seus agricultores retinham mercadorias devido à incerteza econômica que assola o país e à especulação sobre o valor da moeda local.
Precisando das divisas produzidas pelos embarques do complexo soja, o governo anunciou no domingo que durante o mês de setembro as vendas de soja pelos agricultores receberiam uma taxa de câmbio de 200 pesos por dólar, ante os atuais 141 pesos oficiais, ativando a comercialização em o setor.
“Mais um milhão de toneladas de soja negociadas na quarta-feira deixa o total operado acima de 3 Mt (milhões de toneladas), desde a validade do ‘Dólar 200′”, disse a BCR, que atua no principal mercado de grãos da Argentina, em relatório.
As 3,1 milhões de toneladas ultrapassam largamente as 667 mil toneladas vendidas pelos agricultores ao longo da semana passada, que também teve a particularidade de não ter atividade na sexta-feira devido a um feriado nacional.
De acordo com os últimos dados oficiais, até 31 de agosto, antes do anúncio do novo câmbio, os produtores haviam vendido 52,3% das 44 milhões de toneladas de soja 2021/22, ante 62,8% registrados na mesma data do ano passado, quando a produção havia sido de 46 milhões de toneladas.
Em 2021, as exportações do complexo soja representaram vendas de 21,5 bilhões de dólares na Argentina.