Com uma tendência de novo aumento da produção na safra 2022/23 e os produtores se preparando para o plantio na temporada, a demanda pelos recursos do crédito agrícola, no primeiro mês da safra, manteve-se positiva em Minas Gerais. Em julho, a contratação do crédito rural ficou 45% maior que a registrada em igual mês da safra anterior.
De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), foram desembolsados para o Estado R$ 3,66 bilhões. Dentre as linhas, novamente a de custeio concentrou a maior parte dos recursos. A elevação somente nela mais que dobrou, foi de 109%, e o desembolso alcançou R$ 3,03 bilhões.
O Plano Safra 2022/2023 conta com R$ 340,9 bilhões em recursos para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano. Desse total, R$ 246,3 bilhões são destinados ao custeio e comercialização. Outros R$ 94,6 bilhões são para investimentos.
Ao todo, em Minas Gerais, foram aprovados 13.934 contratos em julho, queda de 22% frente aos 17.844 registrados em igual mês de 2021. Com o valor de R$ 3,66 bilhões já liberados, o Estado respondeu por 11% do total desembolsado para a agricultura e a pecuária do Brasil, recursos que estão na ordem de R$ 33,02 bilhões (27% a mais).
Para a agricultura, em Minas Gerais, foram destinados no primeiro mês da safra R$ 2,47 bilhões, variação positiva de 50% quando comparada com o R$ 1,65 bilhão registrado em igual período da safra anterior. O número de contratos aprovados recuou 5%, somando 6.351 unidades.
Na pecuária foi observado aumento de 35% na demanda pelo crédito rural, que somou R$ 1,19 bilhão em julho. A aprovação de contratos chegou a 7.583, queda de 32%.
Dentre as linhas que compõem o crédito rural, o maior volume é desembolsado para a de custeio, que é utilizada para cobrir as despesas normais dos ciclos produtivos.
Em julho, foram liberados para o Estado R$ 3,03 bilhões, aumento de 109%. A aprovação de contratos cresceu 9% e encerrou o primeiro mês da safra em 7.131 unidades.
Para o custeio da agricultura, os desembolsos somaram R$ 2,04 bilhões e ficaram 121% maiores que os R$ 920 milhões registrados anteriormente. Foram aprovados 3.767 contratos, 10% superior.
Em julho de 2022, a cultura agrícola que demandou maior volume de crédito para custeio foi a soja, com desembolsos de R$ 933,94 milhões. Em igual mês do ano passado, a cultura havia demandado R$ 303,04 milhões, representando uma alta de 208%.
Em seguida, veio a demanda da produção de café, que chegou a R$ 738,6 milhões. Para a produção de milho, já foram liberados R$ 158 milhões, para a cana-de-açúcar, R$ 51,6 milhões, e a batata-inglesa teve a liberação de R$ 26,95 milhões.
Na pecuária os recursos de custeio já aprovados somaram R$ 990 milhões, aumento de 88% quando comparado com o valor de R$ 520 milhões liberado no primeiro mês da safra 2021/22. No período, foram aprovados 3.364 contratos, variação positiva de 7%.
A maior parte do recurso, em julho, foi destinada para o custeio da produção de bovinos, com desembolsos somando R$ 841 milhões. Para os suínos a liberação foi de R$ 76,78 milhões, a avicultura, R$ 53,66 milhões, e a piscicultura fechou com R$ 10,4 milhões.