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Agronegócio

Um ano da guerra da Ucrânia: Especialistas alertam para necessidade de alternativas no comércio exterior

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Há um ano, a Rússia iniciou a invasão à Ucrânia, gerando um conflito que tem sido o assunto mais presente na mídia mundial desde então. Com cerca de 200 mil militares mortos e mais de 7 mil civis mortos e 11 mil feridos, o conflito ainda gera consequências para a região e para o comércio exterior de diversos países, incluindo o Brasil.

Um dos produtos mais impactados pela guerra na Ucrânia é o fertilizante, cuja produção russa é uma das maiores do mundo. Com a instabilidade do conflito, a produção e exportação do produto foram afetados. A situação atinge diretamente o Brasil, um dos maiores compradores de fertilizantes russos. Atualmente, a alta demanda dos fertilizantes nos portos brasileiros é algo corriqueiro.

Apesar de a relação comercial entre o Brasil e a Rússia não ser das maiores, o comércio entre os dois países é significativo. De acordo com dados do Ministério da Economia, em 2021, antes do início do conflito militar, o Brasil exportou US$ 3,4 bilhões para a Rússia, principalmente em produtos como carne, açúcar, soja e café. Já as importações do Brasil da Rússia, que incluem fertilizantes, petróleo e gás, foram de US$ 1,8 bilhão.

Em 2022, o Brasil chegou a reduzir o total de fertilizantes importados, algo que não foi visto no valor gasto pelos produtores do país. Em relação ao ano anterior, o Brasil diminuiu em 8,4% a quantidade de fertilizantes importados, no entanto, houve um aumento de 63% nos gastos com esses produtos.

Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, a situação preocupa. “Precisamos aumentar os mercados e ter a produção nacional fortalecida. O novo governo precisa buscar alternativas, para diminuir nossa dependência dos países em conflito”, afirma.

Em novembro do ano passado, a Rússia divulgou que o faturamento comercial do país com o Brasil aumentou em 47% no primeiro semestre, atingindo um total de US$ 6 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, as relações comerciais entre a Europa e a Rússia, que são importantes parceiros comerciais do Brasil, também sofrem consequências. A dependência europeia dos combustíveis russos faz com que haja uma grande pressão política para que os países da União Europeia reduzam suas importações. Como resultado, o Brasil pode enfrentar um aumento nos preços de alguns produtos importados.

“O conflito na Ucrânia e as sanções impostas pela União Europeia à Rússia afetam o comércio internacional e, consequentemente, o Brasil. É importante que o governo brasileiro fique atento às consequências desses conflitos e busque alternativas para reduzir o impacto na economia do país”, finaliza Pizzamiglio.

No período de um ano, outros mercados surgiram como possíveis fornecedores de fertilizantes para o Brasil. Esse é o caso do Egito, que recentemente abriu o mercado para o algodão brasileiro. O país tem se tornado uma referência internacional para o fornecimento de fertilizantes com base em potássio e tem assumido um compromisso de ampliação da importação do insumo.

“É importante estar atento a esses movimentos. Recentemente, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, teve um encontro importante com o embaixador do Egito. Esse movimento é realmente importante para o agronegócio nacional, principalmente por nossa dependência da importação do insumo”, afirma Pizzamiglio.

A produção nacional também tem avançado. Esse é o exemplo da cidade de Macaé, no interior do Rio de Janeiro, que planeja construir uma fábrica de fertilizantes e fará um anúncio importante sobre o projeto no dia 9 de março. O empreendimento incluirá a produção de metanol e fertilizantes nitrogenados e tem como objetivo colocar o estado do RJ como referência nacional na produção deste produto.

Fonte: portaldoagronegocio

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