Uma pele em formato de mão que pode ser puxada como uma luva! Preocupados em recompor a pele ferida em qualquer parte do corpo, bioengenheiros testam esse material artificial, em 3D, para facilitar o trabalho dos cirurgiões! O método permite uma cirurgia mais rápida, com melhores efeitos estéticos e menos sutura (menos pontos).
O formato nada usual, segundo eles, torna mais fácil para os cirurgiões no futuro enxertar a pele personalizada nas vítimas de queimaduras.
Atualmente, a pele projetada vem em pedaços planos que, como papel de embrulho, podem ser difíceis e demorados de costurar em torno de uma parte do corpo de formato irregular, como uma mão ou um pé.
Os bioengenheiros da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, dizem que transformar células da pele em formas tridimensionais complexas em experimentos com ratos é um primeiro passo inovador.
Testes
Em um primeiro teste da pele projetada em 3D, construções compostas de células da pele humana foram enxertadas com sucesso nos membros posteriores de camundongos.
Hasan Erbil Abaci, PhD, professor assistente de dermatologia no Vagelos College of Physicians and Surgeons, da Universidade da Columbia, detalhe como funciona o processo.
“Foi como colocar um par de shorts nos ratos”, diz Abaci, “Toda a cirurgia levou cerca de 10 minutos.”
Quatro semanas depois, os enxertos se integraram completamente à pele circundante do camundongo, e os camundongos readquiriram todas as funções do membro.
A pele do camundongo cicatriza de maneira diferente da pele humana, portanto, os ensaios clínicos em humanos provavelmente estão a anos de distância.
Os bioengenheiros dizem que seus enxertos 3D são o primeiro grande redesenho de enxertos de pele projetados desde que foram introduzidos pela primeira vez no início dos anos 1980.
“A pele artificial começou com apenas dois tipos de células, mas a pele humana tem cerca de 50 tipos de células. A maioria das pesquisas se concentrou em imitar os componentes celulares da pele humana”, afirmou.
No futuro, a Abaci prevê que os enxertos poderão ser feitos sob medida a partir das próprias células do paciente. Com apenas uma amostra de pele de 4×4 mm, células suficientes podem ser cultivadas e multiplicadas para criar pele suficiente para cobrir uma mão humana.
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Análises
“Construções de pele tridimensionais que podem ser transplantadas como ‘roupas biológicas’ teriam muitas vantagens”, disse o cientista Hasan Erbil Abaci.
Segundo o pesquisador, o novo método traz uma série de vantagens adicionais: “Minimizariam drasticamente a necessidade de sutura, reduziriam a duração das cirurgias e melhorariam os resultados estéticos”.
O estudo, publicado na revista científica na Science Advances, revelou que os enxertos 3D contínuos têm melhores propriedades mecânicas e funcionais do que os enxertos convencionais em pedaços.
Processos
“[Imaginamos] que uma forma 3D totalmente fechada imitaria mais de perto nossa pele natural e seria mecanicamente mais forte, e foi isso que descobrimos”, disse Abaci. “Melhora significativamente a composição, estrutura e força do enxerto.”
De acordo com o pesquisador, a absorção também é melhor. “Outro uso atraente seria o transplante facial, onde nossa pele vestível seria integrada com tecidos subjacentes como cartilagem, músculo e osso, oferecendo aos pacientes uma alternativa personalizada.”
O processo de criação dos novos enxertos de pele começa com uma varredura a laser 3D da estrutura alvo, como uma mão humana. Em seguida, um modelo oco e permeável da mão é criado usando design auxiliado por computador e impressão 3D.
O exterior do modelo é então semeado com fibroblastos da pele, que geram o tecido conjuntivo da pele e colágeno (uma proteína estrutural).
Por fim, o exterior do molde é revestido com uma mistura de queratinócitos (células que compreendem a maior parte da camada externa da pele, ou epiderme) e o interior é perfundido com meios de crescimento, que sustentam e nutrem o enxerto em desenvolvimento.
Com exceção do andaime 3D, os pesquisadores empregaram os mesmos procedimentos usados para fazer a pele plana e todo o processo levou o mesmo tempo, cerca de três semanas.
A pede em formato de mão, feita em 3D, é para facilitar o trabalho dos cirurgiões – Foto: Alberto Pappalardo e Hasan Erbil Abaci, Columbia University Vagelos College of Physicians and Surgeons /SWNS
Com informações do GoodnewsNetwork
Fonte: sonoticiaboa
