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Agronegócio

Secretaria de Agricultura apoia projeto de plantio de macaúba em Jaboticatubas

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A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) incentiva, dentro da ação denominada “Agroextrativismo”, o cultivo, a extração, o consumo, a comercialização e a transformação de frutos e produtos nativos do Cerrado mineiro. O lançamento do Projeto de Plantio de Macaúba, no município de Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, representou um marco no trabalho ao reunir instituição governamental, sociedade civil e setor privado. 

O projeto da Associação Amanu – Educação, Ecologia e Solidariedade e da empresa Soleum tem o apoio da Secretaria de Agricultura e promoveu, no final de janeiro, o plantio experimental de 50 mudas. Além de fortalecer a cadeia produtiva da macaúba, o projeto vai garantir a geração de renda para as famílias agricultoras, com preservação ambiental. 

Segundo o assessor técnico da Seapa, Samuel de Melo Goulart, a Secretaria de Agricultura foi a responsável pela articulação entre as instituições envolvidas no projeto. “A associação precisava das mudas, mas não sabia onde comprar e não dispunha de recursos financeiros. Já a empresa parceira, que tem o interesse em fomentar o cultivo no estado e explorar os produtos da macaúba, fez a doação das mudas e repassou as orientações técnicas para o plantio. Neste primeiro momento, nosso papel foi fazer a ponte entre os interessados neste projeto que se tornará referência para todo o estado”, explica. 

Alimentação de Animais 

A propriedade de Juliano Cezar Minardi da Cruz é um dos locais onde foram feitos os plantios experimentais. Há seis anos, ele conduz junto com a esposa a criação de ovelhas para produção de lácteos (iogurte, manteiga, doce de leite e queijo) e cortes de cordeiro. Atualmente, com um plantel de 75 animais, ele viu no projeto uma boa oportunidade para o seu empreendimento.  

“Sempre quis usar a macaúba, uma planta nativa do Cerrado, como fonte de alimentação dos animais. Hoje, ela é feita com milho crioulo (nativo da região), três tipos de capim, pasto nativo e uma parte com as macaúbas nativas. O objetivo é aumentar o uso do coco, que é um alimento energético, bem aceito pelos animais, com ganho de qualidade no leite produzido, no produto final e no desenvolvimento de novas possibilidades em escala comercial, como o queijo maturado no azeite da macaúba”, explica. 

Seu terreno faz divisa com o Parque Nacional da Serra do Cipó, e ele destaca a relevância ambiental do projeto. “Além da importância econômica de tudo que a macaúba pode gerar, é um fruto muito importante para todo o ecossistema e na alimentação de vários animais, como seriema, arara, papagaio, paca, lobo-guará. Ainda que o projeto não dê certo, o reflorestamento com a macaúba é bem legal”, avalia. 

Expansão do Projeto 

Na etapa seguinte do projeto, os agricultores farão a coleta de sementes de palmeiras com características superiores, a serem enviadas à empresa doadora, que se encarregará da produção das mudas plantadas na próxima etapa do projeto, em uma área de aproximadamente dez hectares.  

Inicialmente, participarão do projeto cinco famílias agricultoras agroecológicas e extrativistas das Casas Comunitárias do Coco Macaúba, que são empreendimentos coletivos gerenciados pela associação para valorização, beneficiamento, organização coletiva, diversificação e comercialização de produtos desse fruto do Cerrado.  

A expectativa é de que as cinco famílias se tornem referência para os envolvidos no empreendimento e para toda a região. No total, serão beneficiadas diretamente cerca de cem famílias, que tradicionalmente exploram o coco da macaúba. 

A Macaúba 

A macaúba é uma palmeira nativa do Brasil com alto valor produtivo, pertencente à família Arecaceae. É uma planta encontrada em todo o território brasileiro, sendo especialmente comum em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

Os principais produtos da macaúba são os frutos, com elevado teor de óleo e de amplo espectro de uso, como biodiesel, setor alimentício, ração animal, fármacos, cosméticos, entre outros.  

Com alta produtividade, a palmeira pode render até 5 mil kg de óleo/hectare, valores próximos à produção da palma, principal fonte de óleo vegetal do mundo, e muito superiores aos da soja. A espécie possui também grande importância socioambiental, com potencial para compor sistemas agrossilvipastoris e utilização na recuperação de áreas degradadas. 

Fonte: portaldoagronegocio

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