A Philippine Association of Meat Processors Inc. (Pampi) saudou o plano dos exportadores de carne brasileiros de obter mais FMEs no país sul-americano a serem habilitados pelas Filipinas para exportação de produtos cárneos.
O grupo destacou que ter mais FMEs brasileiras credenciadas ajudaria as Filipinas a garantir mais suprimentos de carne, principalmente matérias-primas para processamento, e manter estáveis os preços dos processados de carne.
“Isso significa expandir nossas fontes de matérias-primas para nosso uso industrial, para que estejamos melhor capacitados frente ao fechamento de outras fontes em caso de surtos de doenças”, comentou a associação em comunicado enviado ao BusinessMirror.
“Isso, por sua vez, nos permitirá fornecer produtos de carne a preços acessíveis em apoio à principal prioridade do presidente [Ferdinand R.] Marcos: de segurança alimentar e de acessibilidade para todos”, acrescentou o grupo.
Pampi também observou que o credenciamento de mais FMEs mitigaria o impacto do fechamento de alguns fornecedores no exterior em tempos de surtos e crises. A organização citou o caso do embargo à maioria dos fornecedores europeus de aves devido a surtos de gripe aviária.
“Falamos por experiência, pois vários países europeus permanecem fechados por causa de surtos de HPAI, o que levou nosso Departamento de Agricultura a suspender as importações desses países”, afirmou a entidade.
“Seria melhor se o Brasil solicitasse a habilitação do sistema em vez de apenas obter o credenciamento de FMEs adicionais. Dessa forma, importadores e processadores de carne teriam mais opções”, acrescentou o grupo.
A Associação dos Importadores e Comerciantes de Carnes (Mita) disse que a expansão das FMEs do país não deve ser apenas para o Brasil, mas para outras origens.
“Temos pressionado pelo credenciamento de mais FMEs para aumentar as possíveis fontes de carne de diferentes origens devido, especialmente, ao fato de que os abates estão diminuindo tanto para suínos quanto para bovinos”, disse o porta-voz da Mita, Paolo Pacis, ao BusinessMirror.
“Mais FMEs credenciadas significam que temos mais chances de preservar nossos requisitos de carne e, possivelmente, a preços melhores”, acrescentou Pacis.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) revelou anteriormente que há uma negociação em andamento entre Brasília e Manila sobre o credenciamento de mais FMEs no Brasil.
O diretor de Mercados da ABPA, Luis Rua, disse que pediu ao governo para negociar com as Filipinas para expandir a lista de FMEs brasileiras credenciadas para exportar produtos de carne ou buscar um credenciamento de todo o sistema de segurança alimentar do Brasil.
“Estamos confiantes [de que terá sucesso]. Provamos para as Filipinas que podemos ser parceiros na exportação de produtos que podem agregar valor lá”, disse Rua.
As Filipinas aplicam dois tipos de habilitação para exportadores estrangeiros de carne: credenciamento individual de FMEs e credenciamento de todo o sistema de um país.
A acreditação do sistema significa que as Filipinas reconhecem o sistema de segurança alimentar do país exportador como equivalente ao seu próprio sistema doméstico. Sob tal credenciamento, qualquer exportador ou FME reconhecido e credenciado pelo país exportador poderia exportar produtos de carne para as Filipinas.
Um credenciamento individual ou um credenciamento baseado em FME permite que apenas empresas específicas exportem produtos de carne para as Filipinas.
Atualmente, o Brasil não possui um credenciamento em todo o sistema; em vez disso, as FMEs brasileiras são credenciadas pelas Filipinas. Até o momento, existem cerca de 54 FMEs brasileiras autorizadas a exportar produtos de carne para as Filipinas.