Os meses iniciais de 2022 foram de bons resultados para a Vittia, empresa brasileira de biotecnologia e nutrição especial de plantas. A divulgação do resultado do 2T22 e a avaliação de fechamento do primeiro semestre do ano mostram que o cenário turbulento no mercado de insumos pode ter sido favorável à adoção, pelos agricultores, de tecnologias oferecidas pela empresa, como inoculantes, micros de solo e defensivos biológicos.
O lucro líquido da Vittia no trimestre foi de R$ 5,3 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 3,8 milhões do mesmo trimestre do ano anterior. O Ebitda ajustado (ou seja, o lucro antes de descontos como imposto de renda e contribuição social, depreciação e amortização, participações minoritárias e equivalência patrimonial) atingiu R$ 15,7 milhões, um crescimento de 439% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em relação ao resultado do primeiro semestre de 2022, o lucro líquido totalizou R$ 20,9 milhões, aumento de 134,7% quando comparado ao 1S21.
A receita líquida consolidada cresceu 50,2% no trimestre e totalizou R$ 156,8 milhões, com destaques para as linhas de produtos biológicos (receita de R$ 13,6 milhões, crescimento de 141,6%) e de micros de solo (R$ 46,1 milhões, crescimento de 67,1%)
O bom momento pôde ser percebido também no lançamento, em junho, de um Programa de Recompra de Ações, permitindo a reaquisição de até 4% das ações da Companhia em circulação, que representa cerca de 20% do total disponível para recompra.
INVESTIMENTOS
O relatório 2T22 mostra também avanços importantes em investimentos em bens de capital (Capex) e em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Foram investidos R$ 5,6 milhões em P&D no período, um desembolso 37,2% maior que no mesmo período de 2021. Deste total investido, cerca de 2/3 foram destinados à linha de biológicos (incluindo os inoculantes), o que demonstra a expectativa da empresa quanto ao potencial de crescimento deste mercado.
Já os investimentos em bens de capital (CAPEX), mais que dobraram (102,5%), chegando a R$20,2 milhões. O aumento foi puxado, em especial, pelos investimentos no novo centro de armazenagem (operação iniciada em junho), na ampliação da fábrica de defensivos biológicos, e na ampliação da capacidade de produção de inoculantes. Com custos da ordem de R$ 31 milhões, a estrutura aumenta a capacidade de armazenagem em 123% e dará suporte ao crescimento, em ritmo acelerado, da produção na unidade de fertilizantes e na planta de biológicos na cidade.
A conclusão das obras foi em bom momento: no início do segundo semestre, período de pré-safra para muitas culturas, a Vittia registra sempre forte aceleração no volume de produção, para atender ao pico da demanda. A média histórica mostra que apenas 1/3 das vendas da empresa acontecem no primeiro semestre, ficando todo o restante concentrado na metade final do ano.
A sazonalidade destes resultados soma-se ao cenário favorável de mercado para um tom otimista do diretor Financeiro e de Relação com Investidores da Vittia, Alexandre Del Nero Frizzo, quanto às expectativas para o segundo semestre de 2022. “Esperamos seguir neste cenário favorável e com perspectiva de boa rentabilidade ao produtor rural, mesmo que não no mesmo nível da safra anterior em função da preocupação com o aumento dos custos. A receita consolidada mostra crescimento, neste ano, da ordem de 40%, demonstrando um período bem aquecido, e com demanda interessante para os produtos Vittia”.
O executivo avalia que os reflexos do conflito entre Rússia e Ucrânia no mercado de fertilizantes pode ter contribuído para a abertura de mercado para produtos da empresa. “No cenário atual, de preços em patamares muito altos e até de temor por um possível desabastecimento de insumos, os produtores encontram nos inoculantes uma excelente alternativa para reduzir a dependência de aplicação de elementos químicos, com melhor aproveitamento na absorção dos nutrientes já disponíveis no solo, menor custo e maior produtividade”, destacou Frizzo, exemplificando com o mais recente lançamento Vittia, o inoculante para fósforo, Meli-X Turbo.
Sustentabilidade
Outro destaque da empresa no último trimestre foi a conquista do Prêmio ECO/Amcham, em julho. Para Alexandre Frizzo, o reconhecimento consolida, junto ao mercado, uma imagem Vittia indissociável da própria natureza de seu negócio: “ESG é um tema de grande importância para o mercado. Temos diversos fundos de investimento que estão buscando se aprofundar cada vez mais nas questões associadas a este tema, sobretudo do viés ambiental. Para a Vittia, são práticas que vêm de sua origem, com os inoculantes, que por si só já são elementos de sustentabilidade, ao reduzirem a necessidade de aplicação de fertilizantes químicos no solo. Temos, portanto, mais de 50 anos de experiência em sustentabilidade, e cada premiação é uma chancela adicional a esse trabalho”.