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Agronegócio

Mesmo na estiagem, agricultora do RS aumentou produtividade da soja em 77%

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Foto: Embrapa Soja

Os agricultores têm percebido cada vez mais sua importância no combate às mudanças climáticas. No Rio Grande do Sul, a produtora Veronica Bertagnolli tem sido uma entusiasta das práticas conservacionistas na propriedade de sua família, a Sementes Butiá, no município de Coxilha (RS).

Com uma área produtiva de 4.600 hectares incluindo as safras verão (soja e milho) e inverno (trigo), ela conseguiu medir o estoque de 81,5 toneladas de carbono por hectare no solo em 2022.

Há três anos, o interesse de Veronica pela temática do carbono a levou a intensificar os manejos sustentáveis, investindo em mix de plantas de cobertura, além do plantio direto adotado na fazenda desde os anos 1980 e da rotação de culturas, de milho e soja no verão, de aveia e trigo no inverno.

“Essas práticas são importantes porque agregam carbono no solo durante anos. Quanto mais mix de cobertura, maior a chance de ter um melhoramento químico, físico e biológico do solo, o que comprovadamente é muito importante para aumentar o sequestro de carbono em solo”, explica.

Sequestro de carbono na produção de soja

carbono

Foto: Ministério da Agricultura

A agricultora integra o programa PRO Carbono, parte da iniciativa Carbono Bayer que conta com mais de 2.600 produtores. Juntos, já sequestraram 500 mil toneladas de carbono no solo.

“Eu entrei no projeto para entender como funciona a questão do carbono e ajudar a construir as métricas e os protocolos para mensurar a fixação de carbono no solo de países de clima tropical. Em um futuro próximo, penso que o sequestro de carbono será um novo salto na agricultura, assim como foi a revolução verde e o sistema de plantio direto”, diz a produtora.

Nos dois anos em que participa da ação, Veronica já teve resultados mensurados por meio de duas análises do solo. Além do estoque de carbono medido no talhão participante, a família constatou outro ganho, perceptível em tempos de extremos climáticos.

“O Rio Grande do Sul teve a maior estiagem dos últimos 90 anos e nós tivemos uma produtividade média de 62 sacas de soja por hectare contra 35 sacas de soja por hectare, que foi a produtividade média na nossa região, sendo um resultado 77% maior”, diz a agrônoma.

Veronica conta que aumentou a matéria orgânica e os elementos químicos do solo, como o fósforo, que é pobre na região. “Isso se reflete na produtividade. A evolução do solo nos proporciona safras muito acima da média do estado, como esta última safra, em que colhemos duas ou até três vezes a média do Rio Grande do Sul”, finaliza.

Estima-se que a agricultura tenha o potencial de remover da atmosfera 25% dos gases de efeito estufa emitidos nos últimos 25 anos.

Fonte: canalrural

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