Com espaço para vários modelos, desde a agricultura familiar até grandes plantações, o segmento do agronegócio no país vem colecionando recordes ano a ano, graças à adoção de inovadoras tecnologias em toda a cadeia produtiva, com melhores sementes, logística mais eficiente e complexos sistemas de informação.
Modernos equipamentos levam mais eficiência para o campo, mas todos os processos dependem de dados para que essa tecnologia se transforme em inteligência. Por meio do acesso a dados em tempo real e plataformas de informações cada vez abrangentes, os agricultores estão tomando decisões mais assertivas que lhes permitem usar os recursos de forma mais sustentável.
Soluções de coleta de dados, modelagem agronômica e monitoramento climático local proporcionam aos agricultores uma melhor compreensão de seus campos e permitem que planejem melhores colheitas e tomem decisões que também podem beneficiar nosso planeta. Com uma visão detalhada de seus campos, os agricultores podem até rastrear a quantidade de carbono que armazenam em seu solo – um passo crítico no combate às mudanças climáticas.
Cientistas do Agropensa (Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa), no estudo “Visão de futuro do agro brasileiro”, apontam oito megatendências para o segmento, e uma delas é a Agrodigital, que analisa a importância do avanço da Ciência de Dados e Big Data, Inteligência Artificial, Aprendizado de Máquina, entre outras, para a geração de diferenciais e elaboração de estratégias de impulsionamento do setor.
A importância da coleta e análise de dados
Segundo o relatório, o processo de modernização do campo tem como base o uso e desenvolvimento de tecnologias digitais, como modelagem e simulação, Inteligência Artificial, Aprendizado de Máquina, Internet das Coisas (IoT), Realidade Aumentada, robótica, sensores, impressão 3D e 4D, conectividade ubíqua, gêmeos digitais, blockchain, 5G, computação quântica, Big Data, entre outras.
As tecnologias digitais são agora determinantes para auxiliar a tomada de decisão da gestão, a agregação de valor da produção, a otimização de insumos e recursos naturais, a rastreabilidade e a transparência do processo de produção, bem como o aumento da rentabilidade, a eficiência e a competitividade no mercado nacional e internacional.
Os agricultores não precisam mais aplicar água, fertilizantes e pesticidas uniformemente em campos inteiros. Em vez disso, eles podem usar as quantidades mínimas necessárias e atingir áreas muito específicas, ou até mesmo tratar plantas individuais de maneira diferente.
Além disso, as tecnologias permitem monitoramento e gerenciamento mais confiáveis dos recursos naturais, como a qualidade do ar e da água. Também oferece aos produtores maior controle sobre a produção, processamento, distribuição e armazenamento de plantas e animais.
Os avanços em robótica e análise de dados permitem construir um sistema alimentar mais produtivo e resiliente. E essas inovações digitais não estão apenas contribuindo para melhorar a produção atual. As aplicações dessas tecnologias são infinitas.
E, para solucionar problemas complexos e propor soluções inovadoras capazes de atender às necessidades da sociedade global, os cientistas do Agropensa defendem uma nova abordagem de pesquisa convergente, integradora e com equipes transdisciplinares, entre diversas organizações e campos de especialização, com aproveitamento de recursos e conhecimentos, o que engloba desde especialistas em agricultura até desenvolvedores de soluções e apps que vão coletar, analisar e entregar os dados, de forma intuitiva, inteligente e focada no negócio.
por Rodrigo Costa, sócio-diretor & Head de Digital Business da Kron Digital
Fonte: portaldoagronegocio