Em panorama das expectativas sobre o setor têxtil e de confecção, Pimental falou que o Brasil, apesar de não ser autossuficiente, tem uma cadeia produtiva mais integrada, o que permite uma condição mais vantajosa para atuar de maneira mais assertiva.
Sobre os resultados em 2022, “o ano foi bastante sensível para o setor, os impactos foram bastante fortes em questão de custos”, disse Pimentel.
O presidente ainda cita que a produção têxtil deve fechar o ano com 12,7% de queda, assim como, a produção do vestuário em 7,4% no vermelho. No entanto, o varejo deve fechar em terreno positivo em 4%, continuando a gerar empregos e em algumas regiões até com dificuldades para conseguir pessoas. Em relação as importações de vestuário, tendem crescer cerca de 35,4%, assim como o crédito financeiro que incrementou 8,9% em 12 meses.
Quanto as vendas, ele disse que há uma expectativa de aumento para 2023. “Em 2021, as vendas cresceram bem. Mas o mercado começou a fraquejar em outubro, sentindo (um impacto negativo) a partir de janeiro (2022), e despencando em fevereiro e março. Depois voltou a se recuperar, mas não conseguiu alcançar o mesmo patamar de antes”, finaliza.
Para 2023, ele prevê um crescimento bem pequeno na produção de 0,9%, as vendas internas devem aumentar 1,1%, enquanto as importações devem ficar com acréscimo de 4,5%, ante 0,5% em 2022. Quanto as exportações, tendem a ficar quase estáveis comparado com 2022 – +0,3%.
O presidente da Abit diz que para 2023 eles estão prevendo um crescimento na produção. Porém, o cenário é bastante conservador e tudo dependerá de questões políticas.
Estimativas do setor têxtil
A produção têxtil foi de 2,01 milhões de toneladas (R$ 61,2 milhões) em 2021 para 1,90 milhão de toneladas (R$ 60,4 milhões) em 2022. Enquanto a produção de vestuário geral crescerá de R$ 149,5 bilhões para R$ 154,0 bilhões. Quanto ao setor têxtil e de confecção geral, o crescimento previsto é de R$ 193,6 bilhões em 2022, ante R$ 190,3 bilhões em 2021.
Sobre a inflação, Pimental falou que a estimativa é que vai continuar gerando problemas no exterior, principalmente na Europa, trazendo uma desaceleração na economia mundial. A inflação continua pressionando as principais economias, o que afeta nas exportações brasileiras.
Para finalizar, ele ainda comenta que o Brasil tem a maior taxa de juros do planeta – +11,75% ao ano – e que o consumo já começou a refletir de uma forma negativa sobre essa taxa. Além disso, Pimentel fala que, “o real continua exibindo variações importantes, a nossa moeda tem uma volatilidade acima do normal, o que não é bom, pois dificulta a compra de insumos”, pontuou.
Fonte: portaldoagronegocio