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Agronegócio

Mato Grosso ganha destaque na rota da tecnologia para armazenagem de grãos

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Mato Grosso ganha destaque na rota da tecnologia para armazenagem de grãos

Principal estado produtor de grãos do país, Mato Grosso ainda sofre com perdas na armazenagem diante das condições climáticas desafiadoras da região. Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja – MT), o estado tem um déficit de quase 50% de armazenagem. Mas tem mantido o crescimento na produção, o que faz empresas de tecnologia de armazenagem olharem com atenção para o estado, como é o caso da Procer Agrointeligência de Pós-Colheita, que participa este mês do VII Simpósio Matogrossense de Pós-colheita de grãos, no município de Sinop.

As altas temperaturas da região são um dos principais complicadores para o armazenamento. “É de conhecimento que a maior parte dos danos mecânicos causados à massa de grãos provém da utilização de temperaturas elevadas no processo de secagem, em que a qualidade e o comportamento dos grãos durante a armazenagem dependem muito desta fase do beneficiamento. É nesse setor que queremos inovar ainda mais e diminuir os pontos fracos da secagem”, explica o co-CEO da Procer, Murilo G. Schneider.

A Procer é um dos principais players em tecnologias para o pós-colheita e conta com soluções como controle e gerenciamento de unidades armazenadoras de grãos. Com sede em Criciúma (SC) e 150 funcionários, gerencia cerca de R$ 40 bilhões por safra em grãos distribuídos em mais de 4.500 silos, galpões e armazéns, com presença em todas as regiões do Brasil e em onze países da América Latina. E está buscando ampliar presença no Mato Grosso, onde já gerencia grãos em mais de 400 silos do Estado. 

Para isso, tem participado de feiras estaduais, como a Farm Show MT. E agora, entre agosto e setembro, participa do VII Simpósio Matogrossense de Pós-colheita de grãos. Neste ano, a empresa apresenta o Sistema Ceres de Gerenciamento de Secagem de Grãos, que conta com sensores de umidade de grãos e de temperatura, controlador para mistura de ar quente e frio, monitoramento à distância, entre outros recursos que ajudam a evitar perdas. A ferramenta está linkada com o Facebook e envia notificações via WhatsApp com um número da Procer.

O déficit da armazenagem é uma realidade brasileira. Hoje, somente 14% das fazendas do Brasil possuem armazéns ou silos nas propriedades. No Canadá esse percentual chega a 85% e nos Estados Unidos em 65%, segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Um maior investimento na armazenagem traria um grande impacto nas perdas qualitativas e quantitativas de produtos, logística, além de potencializar e preservar os lucros”, afirma Murilo. Outro fator que precisa ser revisto no país está no fato de que a armazenagem ainda é manual em boa parte das unidades. 

“O mercado já oferece tecnologias de hardware, software e automação para mensurar e classificar os fatores qualitativos dos produtos agrícolas, que contribuem para diminuição dos gastos com energia elétrica e expurgos, por exemplo, além de dar liberdade para o produtor negociar a safra a um preço mais rentável. A tecnologia ajuda a gerenciar a unidade de maneira automatizada e inteligente, proporcionando benefícios”, acrescenta o co-CEO da Procer. Com as soluções atuais, 4% do grão armazenado e corretamente monitorado deixa de ser desperdiçado.

As soluções criadas pela Procer atraíram inclusive a Kepler Weber, que está em negociação para aquisição de 50% mais uma quota da empresa catarinense. O negócio vai acelerar a digitalização do pós-colheita, desde o agricultor, passando pelas agroindústrias, até terminais portuários. “Ao longo dos anos, a Procer tem contribuído para levar a inovação aos agricultores que têm sistemas de beneficiamento e armazenagem das mais diferentes marcas, inclusive concorrentes da Kepler Weber, e isso será mantido, permitindo que toda a cadeia siga evoluindo e ganhando eficiência”, destaca Murilo.

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