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Barra do Garças Mato Grosso

Viatura da PM colide com poste em perseguição em Barra do Garças: o que aconteceu?

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Por volta das 1h50 da madrugada de sábado (25), agentes da Polícia Militar de Mato Grosso avistaram uma motocicleta trafegando na contramão da Avenida Coronel Antônio Cristino Cortes, no centro de Barra do Garças, a aproximadamente 516 km de Cuiabá. Ao perceberem a presença policial, o condutor acelerou e iniciou fuga pelas vias centrais da cidade, cometendo diversas infrações de trânsito, segundo o boletim da ocorrência.

Durante a perseguição, populares relataram que a motocicleta seguiu em direção à Rua Mato Grosso. Num momento de tentativa de interceptação, os policiais na viatura realizaram conversão e, ao fazê-lo, colidiram com um poste de semáforo em frente à loja Tribus. O impacto provocou danos ao veículo oficial e causou lesões leves aos agentes, que foram encaminhados à UPA local para atendimento. A Perícia Técnica foi acionada para investigar o fato.

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O episódio chama atenção porque revela dois vetores preocupantes: a atuação de condutor em fuga — com risco real para pedestres e outros veículos — e também o custo operacional para as forças de segurança, neste caso da viatura que precisou ser guinchada. Em 2024, a cidade registrou 788 ocorrências de acidentes de trânsito, uma elevação de 15,54% em relação ao ano anterior, segundo dados da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso.

Imprudência e contexto estrutural

Esta não é uma ocorrência isolada: a violência viária em Barra do Garças excede a de outros municípios de porte similar no estado. A taxa de acidentes por 100 mil habitantes no município foi calculada em 5.502, acima de cidades como Rondonópolis e Várzea Grande.

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A fuga da motocicleta, com condução em contramão e transgressões múltiplas, sugere um comportamento de risco letal — e contrasta com o cenário em que as forças de segurança também assumem riscos para conter tais condutas. Legalmente, se o condutor for identificado, poderá responder por direção perigosa e resistência à prisão (art. 310 e seguintes do Código de Trânsito Brasil), além de eventual delito de fuga.

A colisão da viatura traz à tona o dilema: a ação de policiamento ostensivo exige rapidez, porém as condições de tráfego urbano – ruas estreitas, cruzamentos próximos, fluxo de pedestres – tornam a manobra de alta velocidade vulnerável a acidentes. Essa dualidade — entre a necessidade de impedir o ilícito e a preservação da integridade dos agentes e da população — precisa ser debatida nas estratégias de patrulhamento.

Além de ferimentos leves nos policiais, o episódio resultou na perda temporária de um veículo oficial, com impactos para o planejamento de patrulhas. Num contexto em que o estado de Mato Grosso enfrenta desafios em segurança pública — como mostram os anuários da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso — esse tipo de incidente reforça a necessidade de treinamento contínuo, inteligência de tráfego e cooperação entre órgãos.

Para a população de Barra do Garças, é importante perceber que o risco não está apenas nos crimes claros, mas também na imprudência no trânsito: motociclistas, automóveis e até viaturas policiais podem acabar envolvidos em ocorrências com alto potencial de dano. Ficamos com um chamado à reflexão: até que ponto a resposta imediata compensa os riscos envolvidos e como o planejamento urbano pesa nessa equação?

Se for identificada a motocicleta ou seu condutor, o caso evoluirá para investigação criminal ou de trânsito. Enquanto isso, o guincho removeu a viatura, o sinal afetado será reparado e a Perícia aguarda encaminhamento de relatórios para definição das responsabilidades. Em casos assim, a colaboração de testemunhas e imagens de câmeras municipais pode ser decisiva.

Se você presenciou o caso ou possui imagens, contate o número da Ouvidoria da PM local ou registre chamado no 190. Para informações sobre direitos e deveres no trânsito, consulte o art. 312 do Código de Trânsito Brasileiro.

Fonte: cenariomt

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