BARRA DO GARÇAS MATO GROSSO

Turismo Ufológico: Barra do Garças se torna ponto de referência

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O Mato Grosso tem se consolidado como um dos polos do turismo místico no Brasil, e Barra do Garças é o epicentro desse movimento. O Discoporto, construído nos anos 1990 por iniciativa do ex-prefeito Valdon Varjão, que antes era motivo de descrença, hoje recebe aproximadamente 300 mil visitantes por ano, sendo o segundo ponto turístico mais visitado da cidade, atrás apenas do Parque Municipal das Águas Quentes.

O local ganhou status nacional no segmento de ufoturismo. Prova disso foi a realização da tradicional Vigília Ufológica, que integrou o IV Congresso Mato-grossense de Ufologia e Parapsicologia, ocorrido entre 19 e 22 de junho. O evento atraiu especialistas, curiosos e espiritualistas de todo o país, interessados nos fenômenos que cercam a Serra do Roncador e os relatos históricos de objetos voadores não identificados na região.

Entre os participantes estava Josenilce Lopes, de Curitiba, que pesquisa o tema há mais de quatro décadas. “A energia daqui é muito forte. É algo que vai além do que os olhos podem ver”, afirmou, destacando sua percepção de que a região funciona como um “chakra umbilical da Terra”, onde estariam localizados portais interdimensionais.

A fama mística da Serra do Roncador remonta a 1925, quando o explorador britânico Percy Fawcett desapareceu durante uma expedição em busca da lendária cidade perdida Z. Esse episódio se somou aos inúmeros relatos de moradores sobre luzes estranhas e fenômenos inexplicáveis, fortalecendo a aura de mistério do local.

De estrutura simples, o Discoporto é acessível de carro ou por uma escadaria com mais de mil degraus, utilizada também por moradores como trilha de caminhada. Segundo o secretário municipal de Turismo, Wendell Lopes, há projetos para ampliar a infraestrutura, incluindo um bondinho, restaurante panorâmico e espaços de observação do céu. “Barra do Garças é um diamante a ser lapidado”, ressalta, mencionando que a cidade já atrai turistas de países como Estados Unidos, Europa e Ásia.

O município abraçou completamente sua vocação ufológica. Visitantes encontram figuras de extraterrestres espalhadas em portais, praças, placas e até na decoração de hotéis, tornando o tema um diferencial competitivo dentro da rota turística da região.

Para o turismólogo Diego Orsini, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o turismo ufológico é uma tendência crescente. Ele observa que outras cidades também possuem potencial, como Chapada dos Guimarães, Nova Xavantina, Cocalinho e Tesouro. Contudo, é em Barra do Garças que esse segmento já está consolidado, apoiado por eventos regulares e pela identificação da própria população com o tema.

Durante o congresso, Orsini traçou o perfil dos participantes: majoritariamente casados, homens, entre 30 e 49 anos, com renda familiar superior a R$ 10 mil, incluindo servidores públicos, autônomos e aposentados.

O presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (Ampup), Ataíde Ferreira, afirma que a construção do Discoporto foi uma estratégia visionária. “A ideia de Valdon Varjão não era simplesmente esperar discos voadores, mas atrair turistas. E deu certo. Hoje o Discoporto é símbolo da transformação da cidade em referência nacional no turismo esotérico”, reforça.

Ferreira também lembra que a relação do estado com fenômenos ufológicos é antiga. Em 1846, o então barão de Melgaço, Augusto Leverger, registrou na Gazeta Oficial do Império do Brasil um fenômeno observado nos céus de Cuiabá: um objeto incandescente que se dividia em três luzes e realizava movimentos em zigue-zague. Esse é considerado o primeiro relato oficial de objeto voador não identificado no Brasil.

Fonte: cenariomt

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