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Tour pela Casa de Van Gogh: Bate-volta de Paris para o Local de sua Morte

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Com menos de 7 mil habitantes, a comuna de Auvers-sur-Oise, nos arrabaldes de Paris, teria tudo para passar despercebida no mapa da Île-de-France, a região que rodeia a capital francesa. Mas a arte, e um artista em especial, mudaram essa história para sempre.

Auvers é o local onde Vincent Van Gogh passou os 70 dias finais de sua vida, de maio a julho de 1890, e onde ele está enterrado. Além do fim trágico do impressionista holandês, a pitoresca localidade também ganhou fama mundial por ser retratada na obra de outros artistas do período que igualmente passaram por lá, como Paul Cézanne e Camille Pissarro.

Mas é por Van Gogh que a comuna é mais visitada. E, localizada a menos de 40 km do centro de Paris, torna-se um ótimo roteiro cultural para um bate-volta a partir da capital francesa.

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Vista de Auvers em julho de 1890, em uma das últimas pinturas de Van Gogh (./Reprodução)

Os dias finais de Van Gogh

Com 37 anos e tratando a depressão que acabaria por levá-lo a abreviar a própria vida, Van Gogh mudou-se para Auvers em maio de 1890. O objetivo era duplo: o pintor queria ficar mais perto do irmão Theo, que residia em solo parisiense, e também poderia ser atendido por Paul Gachet, médico que o tratou em suas semanas finais.

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Prefeitura de Auvers-sur-Oise também foi retratada nas obras finais de Van Gogh (Romain Pajda/Wikimedia Commons)

Apesar de consumido pelos suas tribulações internas, Van Gogh teve dias extremamente prolíficos na cidadezinha francesa. Apaixonado pela pintura ao ar livre e encantado pelas paisagens um tanto idílicas da comunidade, dedicou-se a retratar edifícios públicos, campos de trigo e outras cenas do cotidiano.

Nos poucos dias em que esteve por lá, ele produziu mais de 70 pinturas e dezenas de outros desenhos, embora as fontes divirjam sobre os números exatos do que efetivamente foi elaborado na cidade.

O que ver em Auvers-sur-Oise

Toda Auvers é marcada pela preservação do legado da passagem de Van Gogh. Uma simples caminhada pelas ruas de paralelepípedos faz qualquer pessoa ser transportada para um autêntico museu a céu aberto.

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Painéis comparando as pinturas ao cenário real transformam Auvers em museu a céu aberto. Na foto, o jardim da casa do Dr. Paul Gachet (Wapakk/Wikimedia Commons)

São quase 30 placas e painéis espalhados em frente aos pontos que o pintor retratou em seus trabalhos finais, como a Igreja de Notre Dame de Auvers, a prefeitura e a escadaria próxima ao albergue onde ele morreu.

Também é possível visitar lugares de interesse para o trecho final da vida e da obra de Van Gogh, que incluem:

Auberge Ravoux

Também conhecido como Maison de Van Gogh, o albergue fica no prédio onde o pintor passou seus dias na cidade e também onde morreu, dois dias após atirar contra o próprio peito. O local, além de abrigar um restaurante com a “mesa de Van Gogh”, inclui a possibilidade de conhecer o quarto (hoje vazio) do artista.

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Quarto onde Van Gogh morreu mantém estética intocada desde o século 19. A peça segue a mesma, mas sem qualquer mobília remanescente, como diz o lema do local: “nada para ver… mas tudo para sentir” (Maison de Van Gogh/Divulgação)

O local de “Racines d’arbres”

Até onde se sabe, as “Raízes das árvores” são a última pintura de Van Gogh, feita em 27 de julho de 1890 – data da sua tentativa de suicídio, que acabaria por vitimá-lo dois dias mais tarde. Se a tela está exposta no Museu Van Gogh de Amsterdã, o local original pode ser conhecido em Auvers, em espaço vizinho à famosa escadaria retratada em outra pintura.

Casa de Paul Gachet

A residência do psiquiatra Paul Gachet, que tratou Van Gogh nos meses finais, foi retratada pelo próprio holandês e por Cézanne, que também virou seu amigo pessoal. Saiba mais

Cemitério

Na necrópole de Auvers, é possível encontrar o túmulo de Van Gogh e de seu irmão, Theo, com quem manteve longa correspondência em vida e cuja esposa, Johanna Van Gogh-Bonger, foi responsável por ajudar a eternizar seu legado. Os dois estão sepultados lado a lado – Theo morreu apenas seis meses depois de Vincent.

Outros pontos de interesse em Auvers-sur-Oise, sem relação direta com Van Gogh, incluem o Museu Daubigny, dedicado a Charles-François Daubigny (1817-1878), considerado um precursor do impressionismo, e o Museu do Absinto, que celebra a poderosa bebida alcoólica cultuada pelos artistas do período.

Quando (e como) visitar

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Vincent Van Gogh está enterrado em Auvers ao lado do irmão, Theo (GFreihalter/Wikimedia Commons)

Auvers pode ser acessada facilmente a partir de Paris, de carro ou de trem, neste caso, partindo da Gare du Nord. Para ver a localidade na plenitude em que foi retratada nos dias finais de Van Gogh, a dica é evitar os meses de inverno.

Também há outra razão para priorizar o período entre a primavera e o outono franceses: é só nessa época em que o quarto de Van Gogh no Auberge Ravoux fica aberto para visitação. Se seu objetivo é conhecê-lo, vale também ficar atento aos dias da semana. Em 2025, o período de abertura do quarto é entre 5 de março e 23 de novembro, de quarta a domingo, das 10 às 18h.

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Fonte: viagemeturismo

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