O município de Sorriso, em Mato Grosso, registrou um alarmante aumento nos casos de chikungunya. Entre 9 e 24 de julho, foram contabilizados 415 novas confirmações, elevando o total para 2.019 registros desde janeiro de 2025. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Saúde de Sorriso, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs).
Apesar da alta recente, a coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental, Claudete Damasceno, esclarece que a maioria desses novos casos confirmados refere-se a ocorrências de meses anteriores, principalmente março, abril, junho e, com maior destaque, maio, cujas confirmações só chegaram do Laboratório Central (Lacen) em julho. Em maio, por exemplo, houve 936 confirmações, o pico do ano.
Em relação à dengue, o boletim atualizado aponta 142 confirmações em Sorriso para 2025. O mês com maior número de casos confirmados foi janeiro (65), seguido por maio (32). A cidade também investigou e descartou 21 situações de zika.
Os bairros com maior incidência de chikungunya incluem:
- Vila Bela: 206 casos
- São José: 128 casos
- Nova Aliança: 123 casos
- Novos Campos: 98 casos
O antigo distrito de Boa Esperança, agora município vizinho, mas ainda vinculado a Sorriso nos dados do Ministério da Saúde, contabilizou 294 registros de chikungunya. Para a dengue, o Centro e o Jardim Amazônia registraram oito casos cada.
Riscos da chikungunya e combate ao mosquito
O médico e secretário de Saúde, Vanio Jordani, alerta para a seriedade da chikungunya, que, além da fase aguda, pode apresentar uma fase crônica com dores intensas e prolongadas, que podem durar mais de seis meses.
A melhor forma de combater a doença, segundo Jordani, é eliminar os criadouros do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A água parada, suja ou limpa, é o local ideal para a proliferação do vetor. As equipes da Vigilância em Saúde Ambiental estão diariamente nas ruas realizando trabalhos de instrução e alerta.
Claudete Damasceno ressalta, no entanto, a dificuldade em algumas situações. “Infelizmente, alguns proprietários de comércios considerados pontos estratégicos não nos recebem justamente porque sabem que há condicionamento de materiais de forma inadequada e que situações assim são propícias à proliferação do mosquito”, explica. O mesmo ocorre em algumas residências que não abrem as portas para os agentes de combate a endemias (ACE). “Nossa missão é cuidar, alertar, conscientizar, não queremos aplicar notificações ou multas, mas precisamos que a população nos receba para que possamos realizar o trabalho de acompanhamento”, frisa Claudete.
Os principais problemas identificados pelas equipes são água servida (esgoto doméstico ou empresarial) e sujeira nas bocas de lobo, ambos favorecendo a proliferação do mosquito. Em cada visita, se criadouros forem identificados, as larvas são coletadas para testagem e os focos eliminados. Os responsáveis são comunicados para monitorar casos e eliminar outros potenciais criadouros.
Orientações à população
A Secretaria de Saúde orienta que, em caso de suspeita ou sintomas de qualquer arbovirose, a população procure imediatamente uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para atendimento clínico e orientação adequada.
Para a prevenção doméstica, a recomendação é dedicar dez minutos semanais para inspecionar e eliminar focos de água parada em casa ou no trabalho, evitando não só o mosquito, mas também outros animais peçonhentos.
Denúncias de criadouros, descarte irregular de água servida na rua ou lixo em locais inapropriados podem ser feitas à equipe técnica ou diretamente ao Núcleo Integrado de Fiscalização (NIF) pelo telefone (66) 99927-2611.
Fonte: cenariomt