Soja 25/26 mantém bom desempenho inicial em Mato Grosso apesar do calor intenso

Primeiras áreas colhidas indicam produtividade satisfatória, apesar de ondas de calor e chuvas irregulares

Os primeiros registros da colheita da soja safra 2025/26 no Brasil começam a confirmar um cenário mais positivo do que o inicialmente esperado. Mesmo diante de ondas de calor prolongadas e de uma distribuição irregular das chuvas em diversas regiões produtoras, os trabalhos de campo avançam com resultados animadores, especialmente em Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa.

As primeiras áreas a entrar em colheita são as lavouras irrigadas por pivô central, que já apresentam produtividade considerada satisfatória, com boa qualidade e peso dos grãos. Embora ainda seja cedo para definir uma média nacional de rendimento, técnicos e analistas avaliam que o país caminha para uma safra robusta, mesmo com perdas pontuais em algumas localidades.

Colheita começa pelas áreas irrigadas

De acordo com avaliações de campo, as áreas irrigadas vêm se destacando neste início de colheita, funcionando como um termômetro preliminar do potencial produtivo da safra. Nessas regiões, o manejo hídrico ajudou a reduzir os impactos do estresse térmico registrado no início do ciclo.

Segundo a consultoria AgRural, apesar de dezembro ter apresentado condições climáticas mais favoráveis em grande parte do país, a maioria das lavouras ainda está com a produtividade em aberto. Assim, o resultado final da safra brasileira dependerá, principalmente, do comportamento do clima ao longo dos meses de janeiro e fevereiro e, em áreas mais tardias, até a primeira quinzena de março.

Mato Grosso lidera resultados iniciais

Em Mato Grosso, produtores já compartilham os primeiros resultados da colheita nas redes sociais e em grupos técnicos, reforçando o clima de otimismo cauteloso. Relatos indicam bom desenvolvimento das lavouras, mesmo após períodos de chuvas intensas nos últimos dias.

Municípios como Sorriso e Água Boa já iniciaram a colheita em áreas irrigadas, com perspectivas consideradas positivas tanto por produtores quanto por consultorias especializadas. O desempenho inicial reforça a importância do estado no equilíbrio da produção nacional.

Clima segue como principal fator de risco

Apesar do bom início, o alerta climático permanece no radar do produtor. O calor intenso continua predominando em grande parte do território nacional, enquanto as chuvas seguem irregulares, com volumes mais concentrados na Região Sul.

Para as áreas de sequeiro, o cenário exige atenção redobrada, especialmente nas lavouras que ainda estão em fase de enchimento de grãos. A falta de regularidade hídrica pode comprometer o potencial produtivo, caso o padrão climático adverso se prolongue.

Modelos meteorológicos indicam que, nos próximos dez dias, os maiores acumulados de chuva devem se concentrar no Sul do Brasil, além de pontos isolados do Centro-Oeste e do Sudeste. Ainda assim, especialistas destacam que a distribuição das precipitações continua desigual.

Produção nacional pode alcançar novo recorde

Do ponto de vista das estimativas oficiais, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a safra brasileira de soja 2025/26 possa atingir 177,1 milhões de toneladas, volume 3,3% superior ao ciclo anterior.

O número, no entanto, ainda poderá passar por revisões ao longo da temporada, à medida que a colheita avance e os índices médios de produtividade sejam consolidados em todas as regiões produtoras.

Produtor atento ao clima, custos e mercado

Enquanto a colheita ganha ritmo, o produtor brasileiro segue atento não apenas às condições climáticas, mas também ao mercado, aos custos de produção e à logística, fatores que impactam diretamente a rentabilidade da safra.

A expectativa do setor é que, caso o clima se mantenha dentro de padrões mais favoráveis nos próximos meses, o Brasil possa confirmar mais um ciclo de forte produção de soja, reforçando sua posição de liderança no mercado global da oleaginosa.