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Cuiabá

Professora Cácia Martins destaca inclusão e talento em exposição de arte

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A artista plástica e professora de pintura Cácia Martins, de 55 anos, é o exemplo vivo de como a arte pode ser um instrumento de acolhimento, expressão e transformação pessoal. Autodidata e apaixonada pela pintura desde a juventude, ela encontrou no ensino da arte uma forma de despertar talentos e fortalecer a autoestima de pessoas com diferentes histórias, entre elas, alunos da melhor idade, neurodivergentes e crianças em fase inicial de desenvolvimento.

O resultado desse trabalho sensível e dedicado está agora nas paredes do Museu da Caixa D’Água Velha, em Cuiabá, onde Cácia e seus alunos realizam a primeira exposição coletiva do grupo, com apoio da Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Agricultura. A mostra reúne dez telas produzidas por alunos do ateliê da artista, localizado na Avenida Dom Bosco, e celebra o poder da arte como caminho de expressão, aprendizado e inclusão social.

Um despertar pelas cores

Cácia começou a pintar aos 18 anos, ainda quando trabalhava em uma vidraçaria da família, que também produzia quadros e projetos decorativos. Foi nesse ambiente criativo que nasceu sua paixão pelas cores e pelos pincéis.

“Eu me encantava com as pinturas e admirava os artistas que frequentavam o local. Foi ali que me inspirei e fiz minhas primeiras telas de flores, paisagens e abstratos, que logo foram vendidas. Desde então, nunca mais parei”, relembra.

Autodidata, ela construiu uma trajetória marcada por dedicação e curiosidade artística. Em 2001, começou a dar aulas de pintura e descobriu sua verdadeira vocação: ensinar com empatia, acolher e acreditar no potencial de cada aluno.
“Acredito que todos nós temos um lado artístico, basta despertá-lo. Trabalho com carinho e paciência, respeitando o ritmo e o jeito de cada pessoa”, afirma.

Arte como expressão e terapia

Ao longo dos anos, o ateliê de Cácia tornou-se um espaço de convivência e superação. Além de alunos da melhor idade, ela recebe pessoas com esquizofrenia, autismo e outros transtornos neurodivergentes, muitas vezes indicadas por psicólogos. “Não tenho formação acadêmica em artes ou terapias, mas acredito que tenho um dom para lidar com esse público. Cada aluno chega com sua história, suas carências e formas de se expressar. Quando recebem atenção e liberdade para colocar suas cores na tela, se sentem mais leves e confiantes”, explica.

Segundo ela, o segredo está em acolher sem impor regras, deixando cada aluno à vontade para experimentar e encontrar seu próprio estilo.

“É lindo ver como cada um descobre o próprio ritmo e transforma sentimentos em arte. O respeito e o carinho são a base do nosso trabalho.”

O caminho até a exposição

A ideia da mostra surgiu de forma espontânea e afetiva. Cácia costuma visitar o Museu da Caixa D’Água Velha, administrado pela Prefeitura de Cuiabá, e decidiu levar um grupo de alunos para conhecer o espaço. Uma das alunas, autista, ficou encantada com o local e pediu à mãe que entrasse em contato com a coordenação do museu. O gesto deu início a uma parceria que resultou na primeira exposição coletiva do grupo.

“Sou muito grata à Prefeitura de Cuiabá, por meio do Museu da Caixa D’Água Velha, que abriu as portas para essa oportunidade. Ainda enfrentamos dificuldades para mostrar o trabalho artístico na cidade, e esse apoio foi fundamental”, reconhece Cácia.

A exposição apresenta obras de nove alunos: Maria Paula Gamarra, Ana Márcia Amorim, Gabriela Neis, Danieli Berger, Sandra Moura, Nina Sena, João Malta, Sarah Dassa e Miguel Melo,  e simboliza a valorização do talento local e o papel da arte na promoção da saúde emocional e da inclusão.

“Os alunos ficaram encantados. A valorização é um alimento para a alma de cada artista. Que possamos ter cada vez mais espaços como esse e o apoio contínuo das autoridades da nossa capital”, completa.

Arte que acolhe e inspira

Para Cácia, a arte é mais do que uma técnica, é um canal de empatia, liberdade e cura. O amor pelo ensino e a convivência diária com alunos de diferentes perfis reforçam sua crença de que a sensibilidade é um dom compartilhado, capaz de unir e transformar pessoas.

“A exposição não tem título. Ela nasceu de forma espontânea, como um gesto de carinho e amizade da aluna Mara Aula para os colegas. E isso resume tudo: é sobre afeto, partilha e arte feita com o coração”, define a professora.

Com dedicação e humanidade, Cácia Martins transforma o cotidiano em cor, e o aprendizado em inclusão, um exemplo de como a arte pode, de fato, mudar vidas.

#PraCegoVer
A imagem que acompanha a matéria mostra a artista plástica e professora de pintura,Cácia Martins, acompanhada de um grupo de alunos em seu ateliê de arte. Todos estão usando aventais de pintura e segurando paletas com diversas cores de tinta e pincéis. O fundo apresenta uma parede com papel de parede ornamentado em cinza e branco, sugerindo um ambiente de aula ou oficina de pintura..

Fonte: Prefeitura de Cuiabá
Autor: José San Martin Camiña Neto
Foto: Emanoele Daiane

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