A temporada de calor e seca já começou em Mato Grosso, e com ela, a preocupação com os incêndios florestais dispara. Em uma medida drástica para proteger os ecossistemas, o Governo do Estado decretou proibição total do uso de fogo para limpeza de áreas rurais no Pantanal a partir deste sábado, 1º de junho.
Este ano, o Pantanal, que é a maior área úmida do planeta, teve um respiro. Depois de quase cinco anos com pouca chuva, o período chuvoso recente foi considerado normal, permitindo que a natureza recuperasse sua vitalidade. Mesmo assim, o risco de incêndios na estiagem é uma ameaça constante.
A decisão de proibir o fogo, amparada pelo decreto nº 1.403/2025, é uma tentativa de barrar grandes incêndios, especialmente porque a seca deve se intensificar nos próximos meses, com pico entre julho e setembro. Apesar do perigo iminente, há um lado positivo: Mato Grosso registrou uma queda de 60% nos focos de calor até agora em 2025 (1.881 focos), se comparado ao mesmo período de 2024 (5.929 focos), segundo dados do Inpe.
Combate abrangente e estratégia de R$ 125 milhões
A proibição no Pantanal vai até o dia 31 de dezembro. Já para as regiões da Amazônia e do Cerrado mato-grossense, o período de restrição começa em 1º de julho e vai até 30 de novembro. Durante esses meses, todas as autorizações para queimas controladas, emitidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), estarão suspensas.
Para dar um basta aos incêndios e ao desmatamento ilegal, o Governo de Mato Grosso vai investir R$ 125 milhões neste ano. Parte dessa verba será destinada à criação de uma Sala de Situação Central (SSC), que vai monitorar tudo o que acontece durante o período proibitivo.
Uma novidade é a implantação de uma Sala de Situação Descentralizada em Poconé (a 110 km ao Sul de Cuiabá), cidade que serve como porta de entrada para o Pantanal. O Corpo de Bombeiros informou que essa base avançada vai permitir o acompanhamento em tempo real das ocorrências e um envio mais rápido das equipes para as áreas atingidas.
Resposta coordenada e tolerância zero
Na próxima segunda-feira, 3 de junho, uma cerimônia marcará o início oficial das operações da SSC e de suas bases. A SSC será um centro de comando durante toda a temporada de incêndios, focada em otimizar recursos e coordenar as ações de resposta entre todas as esferas do governo. As salas descentralizadas, por sua vez, são vistas como peças-chave para uma atuação mais eficaz, principalmente em áreas de difícil acesso, garantindo agilidade e rapidez.
É importante saber que essa proibição não afeta as queimadas controladas por órgãos públicos que trabalham diretamente na prevenção e combate a incêndios. No entanto, quem for pego desrespeitando a lei enfrentará penalidades severas, incluindo multas pesadas, apreensão de equipamentos e até mesmo processos criminais, conforme previsto na legislação ambiental brasileira.
Fonte: cenariomt