Uma operação de grande porte da Polícia Civil de Mato Grosso, realizada nesta terça-feira (20), cumpriu 98 ordens judiciaisem municípios da região metropolitana e interior do estado, além de uma cidade no Paraná. A ação teve como alvo um grupo criminoso responsável por um esquema de tráfico de drogas, lavagem de dinheiroe associação para o tráfico, com atuação entre a fronteira e os centros urbanos de Cuiabá e Várzea Grande.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), identificou uma rede estruturada que enviava drogas da região de Cáceres, próxima à fronteira, para abastecer o comércio ilícito nas duas principais cidades da Baixada Cuiabana. Camadas sociais diversaseram alcançadas pelo esquema, que utilizava estratégias sofisticadas para distribuição e ocultação de valores.
Operação coordenada em cinco cidades
Dos 98 mandados judiciais, foram cumpridos 16 de prisão preventiva, 48 de busca e apreensão domiciliare 34 de bloqueio de contas bancáriasligadas aos investigados. As diligências ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Sinope Londrina (PR), com a participação de unidades da Polícia Civil do Mato Grosso e do Paraná.
A ofensiva faz parte do planejamento estratégico da instituição no combate ao crime organizado, integrando o programa Tolerância Zerodo Governo de Mato Grosso.
Expansão de investigação anterior
A ação desta terça-feira é um desdobramento da Operação Maximus 2, que já havia indiciado 19 pessoas por envolvimento com o tráfico e a lavagem de dinheiro. Novos elementos colhidos revelaram que investigados da fase anterior continuavam em atividade, agora associados a outros indivíduos ainda não identificados no primeiro inquérito.
Com o aprofundamento das apurações, foi descoberto um sistema recorrente de distribuição de drogas, operado por transportadores e traficantes locais, que abasteciam bairros inteiros de Cuiabá e região.
Durante a fase investigativa, houve também flagrante de um casal com 23,57 quilos de maconha, o que reforçou os indícios da permanência e expansão do grupo criminoso.
Esquema de lavagem de capitais
Além do tráfico, a organização movimentava grandes quantias de dinheiro por meio de contas bancárias de terceiros (os chamados “laranjas”)e utilizava aplicativos digitais para negociações ilícitas. A Polícia também identificou tentativas de ocultar patrimônio por meio de pessoas interpostas, uma das estratégias para burlar o rastreamento dos ativos.
A análise do material apreendido e o rastreamento dos valores bloqueados continuam sob investigação.
Nome da operação
A operação foi batizada de “Personal”, em alusão à atuação restrita do grupo com indivíduos de confiança e indicação direta para atividades criminosas. Ela integra a Operação Inter Partes, parte do esforço estadual para conter a expansão de facções criminosas em Mato Grosso.
Fonte: cenariomt