A carne suína perdeu espaço frente à de frango no mercado interno durante o mês de junho, segundo apontam levantamentos recentes do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O motivo principal está na desvalorização mais intensa da proteína avícola, que tem tornado o frango mais atrativo ao consumidor e, ao mesmo tempo, tem impedido uma recuperação mais consistente nos preços da carne suína.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, o cenário de queda nos preços do frango está diretamente ligado a um fator externo: as restrições impostas por países importadores devido aos casos de gripe aviária no Brasil. Com isso, a grande quantidade de carne que seria exportada acabou direcionada ao mercado doméstico, aumentando a oferta e forçando a queda nos valores praticados, especialmente no atacado.
Carne suína sente os reflexos da concorrência
Embora a carcaça especial suína tenha registrado uma leve reação nos preços no atacado da Grande São Paulo no início de junho, a recuperação ainda é tímida diante das fortes quedas observadas desde a segunda quinzena de maio. Isso tem impedido que a média mensal da proteína suína avance, especialmente em um contexto onde o frango, mais acessível, conquista o consumidor final e o varejo.
Mercado atento aos próximos passos
Com a pressão exercida pelos estoques elevados de carne de frango no país e o impacto direto nas cotações do setor suinícola, os agentes de mercado agora monitoram de perto a demanda interna, o ritmo das exportações e as movimentações cambiais. A expectativa é de que, com a reabertura de mercados ou redução da oferta, o setor avícola volte a encontrar equilíbrio, permitindo ao mercado suinícola recuperar parte da competitividade perdida.
Por ora, o que se vê é um jogo de forças desequilibrado, em que a superoferta de frango tem afetado toda a cadeia de proteínas, especialmente a suína, que já vinha enfrentando margens apertadas e custos elevados.
Fonte: cenariomt