Saúde

Nascimentos no Brasil têm queda pelo sexto ano seguido, 2024 atinge menor índice em duas décadas

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Com 2,38 milhões de registros, país confirma inversão da pirâmide etária e acende alerta para impactos na economia e na previdência

Brasil — O Brasil registrou em 2024 o menor número de nascidos vivos dos últimos vinte anos. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram contabilizados 2,38 milhões de nascimentos, queda de 5,8% em relação a 2023 — quando 2,52 milhões de crianças chegaram ao mundo. É o sexto ano consecutivo de recuo e a maior retração desde o início das séries históricas recentes do Registro Civil.

Entre os registros de 2024, o IBGE identificou ainda 65.825 declarações referentes a crianças que nasceram em anos anteriores, mas só foram registradas agora. Em média, o país teve 198 mil nascimentos por mês, o equivalente a 6,6 mil por dia, 275 por hora e 4,5 por minuto.

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Queda atinge todas as regiões, com destaque para o Sudeste

Queda no número de nascidos vivos no Brasil foi a maior dos últimos 20 anos, com destaque para o recuo no SudesteQueda no número de nascidos vivos no Brasil foi a maior dos últimos 20 anos, com destaque para o recuo no Sudeste
O Número De Crianças Nascidas No Brasil Teve A Sexta Queda Seguida Em 2024, Com 2,38 Milhões De Registros.

A redução de nascimentos ocorreu em todas as grandes regiões do país. O Sudeste foi o destaque negativo, registrando -6,3% e totalizando 913 mil nascidos vivos. Em seguida aparecem:

  • Norte: -6,2%
  • Sul: -6,0%
  • Nordeste: -5,3%
  • Centro-Oeste: -4,7%

No recorte estadual, o Acre teve a maior queda percentual (-8,7%), seguido por Rondônia (-8,6%) e Piauí (-8,2%). Minas Gerais também aparece entre os estados com recuo expressivo, caindo de 235.262 nascimentos em 2023 para 221.322 em 2024, queda de 5,9%.

Queda sustenta tendência de envelhecimento acelerado

Os resultados reforçam um processo já identificado por demógrafos: o avanço da longevidade e a queda da fecundidade vêm transformando a estrutura populacional brasileira. A pirâmide etária está se invertendo rapidamente, com menos crianças e mais idosos ocupando o topo da distribuição.

Esse fenômeno pode pressionar áreas estratégicas da economia, como a previdência social, que depende da taxa de reposição da força de trabalho. Com menos jovens ingressando no mercado e mais pessoas atingindo a idade de aposentadoria, cresce a preocupação com a sustentabilidade dos sistemas públicos de proteção social.

Brasileiros vivem mais: expectativa de vida bate recorde

O dado demográfico também dialoga com outra estatística recente: a expectativa de vida do brasileiro atingiu 76,6 anos em 2024 — o maior patamar já registrado. Mulheres vivem, em média, 79,9 anos, enquanto homens alcançam 73,3 anos.

Nos últimos 84 anos, o país ampliou sua expectativa média de vida em 31,1 anos, um salto considerado expressivo entre nações de desenvolvimento comparável. A evolução está associada a políticas de saúde, avanços tecnológicos, ampliação do acesso a serviços e melhorias nas condições socioeconômicas.

A queda expressiva no número de nascimentos em 2024 confirma um processo demográfico profundo e irreversível no curto prazo. Com mais idosos, maior longevidade e redução contínua da taxa de natalidade, o Brasil deve enfrentar desafios crescentes na previdência, no mercado de trabalho e no planejamento econômico.

Essa nova realidade exige atenção de gestores públicos, especialistas e da sociedade, que precisarão adaptar políticas e estratégias a uma população em transformação.

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Fonte: cenariomt

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