A confirmação da reeleição de à Presidência dos na manhã da quarta-feira (6/11) traz implicações significativas para os mercados financeiros globais e, em particular, para os investidores no e no mundo. A vitória do republicano impulsiona setores tradicionais com corte de impostos e foco no mercado doméstico; veja o impacto.
A vitória de foi esmagadora e trará uma grande legitimidade para seu governo. Os republicanos venceram no , no voto popular e dominaram a e o . Tudo isso revela que terá facilidade para governar, implementando as políticas econômicas sinalizadas durante sua campanha.
A expectativa é que o segundo mandato de seja caracterizado por uma abordagem de política econômica mais conservadora, enfatizando grandes incentivos ao setor privado e redução da carga tributária para empresas. Especula-se sobre a possibilidade de novas reduções nas alíquotas do imposto corporativo, diminuindo dos atuais 21% para 20% ou até 15%.
A sinalização de redução de impostos nos tende a fortalecer o dólar. Isso resulta em uma valorização da moeda norte-americana (e não necessariamente em uma desvalorização das outras moedas, embora o efeito observado seja semelhante). A valorização do dólar impacta diretamente as moedas de países emergentes, como o real brasileiro. Para os investidores nacionais, manter parte do portfólio dolarizado é uma estratégia eficaz para proteger o patrimônio contra flutuações cambiais.
Muita sinalização foi feita por sobre direcionar esforços significativos para reduzir a dívida pública norte-americana, estimada em níveis historicamente elevados. Inclusive, há conversas sobre o presidente reeleito convidar o próprio Elon Musk para coordenar uma das áreas do governo, com o objetivo de ajudar a implementar cortes de gastos. A redução da dívida pode aumentar a confiança dos investidores na saúde financeira dos EUA a longo prazo.
A abordagem protecionista de em relação ao restante do mundo, com a possibilidade de implementar tarifas de importação de até 60% sobre produtos chineses, tem implicações significativas para o comércio internacional. Embora tais medidas visem a proteger a indústria nacional norte-americana, elas podem desencadear retaliações e tensões comerciais, afetando cadeias de suprimentos globais.
Para o , será muito importante monitorar esses desdobramentos. Setores exportadores podem enfrentar desafios, mas também podem surgir oportunidades para preencher lacunas deixadas por outros países em mercados específicos.
Além disso, a política fiscal prometida por busca estimular o investimento interno e aumentar a competitividade das empresas norte-americanas no cenário global. Para os investidores, isso pode resultar em valorização dos ativos de empresas beneficiadas por essas medidas, especialmente nos setores tradicionalmente favorecidos pela administração Trump.
o setor de energia fóssil é um dos principais beneficiários das políticas de Trump. Com uma postura mais cética em relação às mudanças climáticas, o governo tende a reverter regulações ambientais restritivas, ampliando incentivos para a exploração e a produção de petróleo e gás. Isso pode impulsionar a rentabilidade de empresas desse segmento, criando oportunidades para investidores interessados em ativos de energia tradicional.
a priorização da segurança nacional e o aumento dos gastos em defesa são marcas registradas da administração Trump. A alocação crescente de recursos para a modernização das Forças Armadas beneficia diretamente a indústria militar. Empresas fornecedoras de tecnologia e equipamentos de defesa podem apresentar crescimento significativo, tornando-se alvos atrativos para investimentos.
a desregulamentação financeira é outra área de foco. A flexibilização de normas permite que instituições financeiras ampliem suas operações com maior liberdade, potencializando lucros. Bancos e grandes corporações financeiras podem se valorizar nesse contexto, oferecendo retornos interessantes para investidores.
Além disso, as políticas voltadas para o fortalecimento do mercado interno devem favorecer empresas de diferentes tamanhos da economia norte-americana. Incentivos fiscais, facilitação de crédito e programas de estímulo à produção local podem impulsionar o crescimento desses negócios. Investidores que buscam diversificação internacional podem considerar uma maior exposição ao índice S&P 500.
Outro ativo para ficar de olho é o ouro. Analistas do UBS acreditam que o metal precioso pode se valorizar caso surjam temores sobre polarização geopolítica, inflação ou expansão do déficit fiscal. A postura firme de Trump em relação ao comércio com a China aumenta o potencial de intensificação das tensões geopolíticas com a segunda maior economia do mundo.
Leonardo Chagas é internacionalista pela UFRGS e consultor de investimentos cvm. Atua com gestão de patrimônio no Brasil e exterior através da Musa Capital. É membro do Conselho do Instituto Atlantos e do Conselho Gestor da Rede Liberdade.
Fonte: revistaoeste