Combate ao Mosquito
Notícias

Ministro Moraes determina prisão domiciliar para Débora, autora de pichação perdeu, mané

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá
moraes manda debora pichou perdeu mane prisao domiciliar

Via
@metropoles
| O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
substituiu, nesta sexta-feira (28/3), a prisão preventiva da cabeleireira
Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, detida por ter pichado com batom
a estátua “A Justiça” durante os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, por
prisão domiciliar. O magistrado seguiu parecer da Procuradoria-Geral da
República (PGR), que opinou pelo relaxamento da prisão preventiva.

Todavia,
Moraes impôs algumas medidas cautelares a Débora, como o uso de tornozeleira
eletrônica; proibição de utilização de redes sociais; proibição de se comunicar
com os demais envolvidos no 8 de Janeiro; proibição de concessão de entrevistas
a qualquer meio de comunicação, incluindo jornais, revistas, portais de
notícias, sites, blogs, podcasts e outros, sejam eles nacionais ou
internacionais, salvo mediante expressa autorização do STF e a proibição de
visitas, salvo de seus advogados regularmente constituídos e com procuração nos
autos e de seus pais e irmãos; além de outras pessoas previamente autorizadas
pela Corte.

Moraes acatou o pedido da PGR que, na tarde desta sexta-feira (28/3),
encaminhou um parecer ao STF para que a prisão preventiva de Débora fosse
convertida em domiciliar. Gonet ressaltou que Débora atende aos requisitos
para a prisão domiciliar, mas não para a revogação da prisão.

A manifestação da PGR foi apresentada após a defesa da cabeleireira solicitar
a substituição da pena, argumentando que ela é mãe de duas crianças menores de
12 anos. O procurador opinou que a substituição pode ocorrer até a conclusão
do julgamento do caso.

“Os requisitos estabelecidos no art. 318-A do CPP estão atendidos, uma vez
que os crimes não foram praticados contra filhos ou dependentes da
requerente e não há provas da participação da ré em crimes contra a vida”,
escreveu Gonet.

Crime

Ré pelos mesmos cinco crimes pelos quais o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
responde no Supremo, Débora mora em Paulínia, interior de São Paulo, e viajou
ao Distrito Federal em 7 de janeiro. Na época, segundo a denúncia da PGR, ela
permaneceu no Quartel-General do Exército e, no dia seguinte, 8 de janeiro,
foi à Praça dos Três Poderes, onde pichou “perdeu, mané” na estátua da Justiça
com batom vermelho. Em seguida, ela comemorou o ato diante da multidão.

O julgamento de Débora está suspenso por decisão do ministro Luiz Fux. Agora,
o processo fica travado, e Fux tem até 90 dias para devolver o caso à Primeira
Turma do STF, onde está sendo analisado.

Relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes votou para que ela seja
condenada a 14 anos, sendo 12 anos e seis meses em regime fechado. O ministro
Flávio Dino acompanhou o voto.

Ao justificar o pedido de vista, Fux afirmou que fará uma revisão da
dosimetria da pena e que precisa analisar o caso com mais cautela, apesar da
sensibilidade do relator.

“O magistrado a faz à luz de sua sensibilidade, de seu sentimento, em cada
caso concreto. E o ministro Alexandre explicitou a conduta de cada uma das
pessoas. E eu, confesso, em determinadas ocasiões, me deparo com pena
exacerbada. E foi por essa razão, dando satisfação a Vossa Excelência, que
eu pedi vista desse caso, porque quero analisar o contexto em que essa
senhora se encontrava”, disse Fux, ao explicar os motivos de vista do caso,
durante julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em resposta, Moraes destacou que respeita a independência de cada um dos
ministros do Supremo e pontuou que a discussão sobre o tema é válida. “Em
relação ao batom, vossa excelência me conhece e defendo a independência de
cada um dos magistrados, e acho que vossa excelência vai poder trazer uma
discussão importantíssima para a Turma”, respondeu o ministro.

“O que fiz questão de salientar e, agora, explicito mais, é que é um absurdo
as pessoas quererem comparar a conduta de uma ré que estava há muito tempo
dentro dos quartéis, pedindo intervenção militar, invadiu com toda a turma e,
além disso, praticou esse dano qualificado, com uma pichação em um muro. E
vossa excelência bem disse que as pessoas não podem esquecer e relativizar”,
pontuou Moraes.

Pablo Giovanni, José Augusto Limão
Fonte: @metropoles

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.