Uma excelente notícia para a saúde pública de Mato Grosso: o estado registrou uma queda de mais de 55% nos casos de malária nos primeiros quatro meses deste ano. Os números, apresentados pelo Ministério da Saúde durante o lançamento da Frente Parlamentar pela Malária (Fpema) em Brasília, revelam que as notificações caíram de 438 no primeiro quadrimestre de 2024 para apenas 193 no mesmo período de 2025.
Essa performance colocou Mato Grosso em evidência, sendo elogiado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como um “modelo a ser seguido”. A estratégia de combate à doença implementada no estado será agora estudada para ser replicada em outras regiões prioritárias do país. Apesar da significativa redução, é importante notar que mais de 1.100 casos foram registrados em 2024, indicando que a malária ainda é uma preocupação em solo mato-grossense.
A Fpema, lançada recentemente com o objetivo ambicioso de eliminar a malária no Brasil até 2035, chega em um momento em que o país também vê uma diminuição geral nos casos. O monitoramento federal aponta uma redução de 25% nacionalmente, com 34 mil casos nos quatro primeiros meses de 2025 contra 45 mil no ano anterior.
A Frente atuará em cinco frentes estratégicas: vigilância em saúde, captação de recursos, arcabouço legal e político, pesquisa científica e enfrentamento das mudanças climáticas. Seu propósito é não apenas dar visibilidade à causa, mas também impulsionar a cooperação nacional e internacional, especialmente na Amazônia Legal, que concentra a maioria dos casos da doença. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) atuará como parte do Comitê Consultivo do grupo.
Investimentos e ações futuras para erradicação
Além de Mato Grosso, estados como Roraima (-39%), Rondônia (-45,7%), Pará (-35%), Amapá (-16%) e Amazonas (-10%) também apresentaram quedas nas notificações. Contudo, Acre (+5%) e Maranhão (de 7 para 15 casos) registraram pequenos aumentos.
O Ministério da Saúde, que já investiu mais de R$ 47 milhões em 2024 e 2025 no combate à malária, planeja intensificar as ações. A primeira fase prevê a implementação de estratégias em 16 municípios prioritários até 2026, expandindo para 32 municípios até 2030. Essas ações incluirão microplanejamento, capacitação em entomologia e fortalecimento do diagnóstico, tratamento e controle vetorial.
O ministro Padilha reforçou o compromisso com a frente, prometendo uma avaliação da estratégia atual e um diálogo direto com governadores e prefeitos das áreas mais afetadas. A malária, uma doença endêmica causada por parasitas transmitidos pelo mosquito Anopheles, é uma das 11 enfermidades que o programa Brasil Saudável busca eliminar como problema de saúde pública. O Plano Nacional de Eliminação da Malária (PNCEM) também prevê a ampla distribuição do medicamento tafenoquina até o final de 2026.
Fonte: cenariomt