O município de Lucas do Rio Verde vive uma epidemia de influenza tipo A, com aumento expressivo na procura por atendimento médico e número de internações hospitalares. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (30), pela secretária municipal de Saúde, Fernanda Heldt Ventura, que alertou para a gravidade do momento e reforçou a necessidade de vacinação da população, especialmente dos grupos prioritários.
Segundo Fernanda, há cerca de 30 a 40 dias o município observa um crescimento constante de casos de gripe provocados pelo vírus influenza A (H3N2), responsável pelo agravamento de quadros clínicos que têm exigido hospitalizações. “Já registramos 161 internações por síndrome respiratória aguda grave este ano. Isso acontece quando a gripe evolui para uma condição mais séria, o que tem sido frequente com essa nova cepa do vírus”, detalhou.
A demanda por atendimento aumentou em todas as frentes — desde as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) até o Pronto Atendimento Municipal (PAM) e o Hospital São Lucas, que tem operado com taxa de ocupação de leitos em 100% nos últimos dias. Em casos que exigem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o tempo de espera também tem crescido, reflexo de uma situação que atinge não apenas Lucas do Rio Verde, mas toda a região e outras partes do país.
Além da gripe, os serviços de saúde estão sendo pressionados por casos de chikungunya, que provocam dores intensas e prolongadas, levando muitas pessoas a buscarem atendimento. “Estamos no limite da nossa capacidade assistencial. Os profissionais de saúde estão se desdobrando para atender toda essa demanda”, pontuou a secretária.
A vacinação contra a influenza, disponibilizada pelo Ministério da Saúde, contempla a cepa H3N2 e é considerada fundamental para prevenir o agravamento da doença. No entanto, a adesão da população ainda é baixa. Conforme os dados apresentados, apenas 17% das crianças e 27% dos idosos incluídos nos grupos prioritários foram vacinados até o momento. “A vacina não impede a gripe, mas evita as formas graves que podem levar à internação e até ao óbito”, reforçou Fernanda Ventura.
Diante do número expressivo de crianças internadas, o município ampliou a faixa etária de vacinação infantil, que agora vai até 14 anos, maior público atendido com internações. Também estão entre os grupos prioritários os idosos (a partir de 60 anos) e pessoas com comorbidades, como hipertensão e diabetes.
A rede municipal oferece vacinação em todas as unidades básicas de saúde, com horários estendidos em algumas delas — como as unidades dos bairros Tessele Júnior, Bandeirantes e Jardim Amazonas — e atendimento aos fins de semana. No próximo dia 7 de junho será realizado o “Dia D” de vacinação, com salas abertas especialmente para reforçar a campanha. Os locais participantes ainda serão divulgados.
“Fazer a vacina é o mínimo que podemos fazer nesse momento. É uma ação simples, gratuita, e que pode salvar vidas”, concluiu a secretária.
Fonte: cenariomt