Uma ocorrência envolvendo violência contra menor mobilizou a Guarda Civil Municipal (GCM) e o Conselho Tutelar de Lucas do Rio Verde, em uma fazenda da região. A denúncia chegou via 153 e motivou o acompanhamento da equipe da GCM para garantir a segurança dos profissionais do Conselho.
“Fomos informados, via 153, que uma viatura da GCM deveria acompanhar uma equipe do Conselho Tutelar para averiguar uma situação de violência contra menor numa fazenda. E assim o fizemos, só para dar segurança para a equipe do Conselho Tutelar”, relatou o GCM Dutra Espindola.
No local, a equipe dividiu funções para conduzir a averiguação. “O Conselho Tutelar foi verbalizar com a senhora e com a filha, que tem 13 anos de idade, e nós fomos verbalizar com o cidadão. Lá nós constatamos que ele também afirmou que essa semana bateu na filha dele por conta de que ela vem aprontando algumas coisas na escola. Ele disse que bateu no intuito de educá-la, de colocá-la no caminho do bem”, explicou Dutra.
O guarda ainda ressaltou que a ocorrência envolveu não apenas a menor, mas também a mãe: “Percebemos que o rapaz ficou alterado ali, mas no decorrer desta ocorrência a mulher acabou desabando, pois também sofre agressões. Muitos entendem que a agressão é só física, mas ela é psicologicamente.”
Durante a conversa com a família, foi identificado que o pai teria colocado a filha para trabalhar sob o sol como castigo. “A priori, nós entendemos que ele colocou a filha dele de cedo, de manhãzinha até 11 horas da manhã para capinar no sol como forma de castigo para a menina de 13 anos. Então já discordamos disso com ele, que não é uma forma de educar”, disse o GCM.
Além disso, a mãe relatou sofrer ameaças verbais e até ameaças de morte devido à posse de armas do marido. “Em face do depoimento da senhora, interrogamos o cidadão e ele afirmou que tinha arma em casa. Fizemos uma busca na residência e logramos êxito em encontrar três armas longas, inclusive uma adaptada com luneta, que é para tiro de precisão”, completou Dutra.
Diante das constatações, o homem recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia de Polícia. “Só de ela falar desta ameaça já caracteriza uma agressão. Há que se entender que a agressão não se dá somente fisicamente. A ameaça verbal e todo tipo de ameaça caracteriza essa violência doméstica à qual conduzimos ele, pela violência doméstica e também pela posse ilegal de arma de fogo. Supostamente, também pelo trabalho escravo cometido com a filha”, finalizou o guarda.
As duas filhas, de 13 e 5 anos, e a mãe foram encaminhadas para escuta especializada do Conselho Tutelar, que avaliará os próximos passos para garantir a proteção das menores.
VÍDEO
Ver essa foto no Instagram
Fonte: cenariomt