O garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso, atingiu um nível alarmante, levando a Defensoria Pública da União (DPU) a clamar por uma resposta federal imediata e eficaz. Em um documento contundente, a DPU pressiona órgãos como o Ministério dos Povos Indígenas, a Polícia Federal e o Ibama a irem além de operações paliativas e implementarem um plano robusto para expulsar os invasores e proteger o povo Katitãuhlu.
A situação em Sararé é crítica. As investidas anteriores para conter o avanço do garimpo têm se mostrado como meros curativos em uma ferida profunda. A reação violenta dos criminosos, muitas vezes fortemente armados, coloca em risco constante a vida dos agentes e dos próprios indígenas.
A DPU não se contenta com medidas temporárias; a exigência é por uma estratégia de longo prazo, com estruturas integradas capazes de estancar de vez a sangria da extração ilegal, da devastação ambiental e da invasão que dilaceram o território.
O pedido da Defensoria é claro: desintrusão imediata dos garimpeiros, proteção urgente ao povo Katitãuhlu e sua terra, um plano definitivo para sufocar o ciclo do garimpo ilegal, e a inclusão prioritária de Sararé no calendário de desintrusões de 2025. Mais do que isso, a DPU mira em medidas estruturantes que garantam a defesa efetiva de todos os povos e comunidades tradicionais de Mato Grosso.
A TI Sararé, lar de cerca de 200 indígenas Nambikwara, se tornou um alvo fácil para o garimpo, facilitado por sua localização às margens de uma rodovia federal. A exploração, que ganhou força nos últimos anos, transformou a paisagem e a vida dos Katitãuhlu.
O barulho incessante das máquinas, a poluição dos rios com mercúrio e a destruição da floresta não são apenas danos ambientais; são ataques diretos à cultura, à subsistência e à segurança dessa comunidade originária. O córrego Água Suja, vital para os indígenas, foi brutalmente alterado, e o Rio Sararé agoniza sob a contaminação.
A violência se tornou uma sombra constante, com relatos de ameaças e a presença crescente de facções criminosas. O grito da DPU ecoa a urgência de proteger o povo Katitãuhlu antes que a devastação se torne irreversível.
Fonte: cenariomt