As forças de segurança de Lucas do Rio Verde seguem empenhadas nas buscas por Raimundo Nonato dos Santos, apontado como o autor do feminicídio de Antonieta Barroso dos Santos, de 51 anos. A operação, que entrou nesta quinta-feira (30) em seu segundo dia, conta com o apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) de Sorriso, que utiliza um helicóptero para auxiliar nas buscas. As diligências se estendem por uma área de mata que chega a 65 quilômetros de distância do perímetro urbano. VÍDEO NO FINAL DA MATÉRIA
O crime ocorreu nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (29), na Rua João Goulart, esquina com a Rua Gelindo Lira, no bairro Jaime Seiti Fujii. Segundo a investigação, o ex-marido da vítima invadiu a residência pulando o muro dos fundos e arrombou a porta da cozinha. Armado com uma faca, ele atacou Antonieta, que morreu no local. A filha da vítima tentou intervir e foi ferida na mão, mas conseguiu fugir e pedir socorro.
De acordo com as investigações preliminares, a motivação do crime seria o inconformismo com o fim do relacionamento, encerrado há cerca de um ano, e o ciúme pelo novo vínculo afetivo da vítima. O caso foi qualificado como feminicídio, crime praticado contra mulher em razão de sua condição de gênero.
As equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal realizam diligências para capturar o suspeito, que continua foragido.
Crescente alerta em Lucas do Rio Verde
Com este caso, Lucas do Rio Verde soma três feminicídios em 2025, conforme registros locais. O número preocupa e reflete o cenário estadual. Dados do Observatório Caliandra, do Ministério Público de Mato Grosso, apontam que mais de 70% dos feminicídios no estado ocorrem dentro de casa e 43% envolvem armas brancas, como facas ou canivetes. Mato Grosso, segundo relatório recente, lidera o ranking nacional de feminicídios, com taxa de cerca de 2,5 casos por 100 mil mulheres em 2024, acima da média nacional de 1,4.
“Nunca subestimar o que o outro pode fazer”, alerta GCM
A Guarda Civil Municipal de Lucas do Rio Verde, por meio da equipe Patrulha Maria da Penha, reforça o alerta e orienta mulheres em situação de risco. A GCM Priscila Nogueira destacou a importância da denúncia e da atenção aos primeiros sinais de violência.
“Infelizmente, hoje Lucas do Rio Verde amanheceu com uma notícia triste. Perdemos uma senhora de 51 anos pelo feminicídio. Infelizmente, ela não havia procurado ajuda. Muitas mulheres subestimam o que o outro pode fazer. A violência começa com um tapa, vai aumentando, e o próximo passo pode ser um feminicídio”, afirmou.
A coordenadora reforça que denunciar é o primeiro passo para romper o ciclo da violência. “O Mato Grosso ficou dois anos seguidos no ranking do feminicídio e este ano já estamos à frente do ano passado. A dica que eu dou é denunciar. A denúncia é fundamental para garantir medidas protetivas, acesso ao botão do pânico e outros serviços da rede de proteção”, completou.
Como agir em casos de violência doméstica
As autoridades locais reforçam orientações práticas para mulheres que enfrentam violência:
Registrar boletim de ocorrência assim que houver agressão ou ameaça, mesmo que pareça leve;
Solicitar medida protetiva de urgência, que pode incluir afastamento do agressor e restrição de contato;
Procurar apoio da rede de proteção local, como a Patrulha Maria da Penha, a Delegacia da Mulher, órgãos de assistência social, familiares e amigos de confiança;
Planejar rotas de segurança e contatos de emergência, incluindo cópias de documentos e locais seguros.
O caso de Antonieta Barroso dos Santos simboliza uma tragédia que se repete em diversas cidades do estado, mostrando que o lar — onde deveria haver proteção — tem sido o cenário mais frequente desses crimes.
Em situações de risco iminente em Lucas do Rio Verde, as autoridades orientam acionar imediatamente:
Polícia Militar (190), Polícia Civil (197) ou Guarda Civil Municipal (153), que oferece acolhimento e orientação através da Patrulha Maria da Penha.
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Fonte: cenariomt







 
  
  
 