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Dona Domingas: legado eternizado no documentário sobre a matriarca do Flor Ribeirinha

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A trajetória de dona Domingas Eleonor da Silva, guardiã dos saberes ribeirinhos e uma das figuras mais emblemáticas da cultura popular de Mato Grosso, será eternizada em um documentário que começou a ser gravado em novembro de 2025 e tem lançamento previsto para 2026. A produção, intitulada “Flor Ribeirinha: Do Início ao Patrimônio Imaterial de Cuiabá”, revisita as origens do grupo Flor Ribeirinha e coloca dona Domingas no centro da narrativa conduzida pelo ator e artista André D’Lucca, em uma homenagem que reforça o impacto cultural, social e internacional da matriarca.
As filmagens iniciaram no dia 13 de novembro, na casa simples e no quintal amplo em São Gonçalo Beira Rio, onde o Siriri ecoa há décadas e onde dona Domingas formou gerações com sua sabedoria ancestral. Por três dias, a equipe percorreu as ruas da comunidade, as margens do Rio Cuiabá e os espaços de memória onde a história do grupo nasceu. Os registros se encerraram no dia 15, na residência do artista plástico Adriano Figueiredo, um dos entrevistados. O documentário conta ainda com depoimentos de Avinner Silva, neto da homenageada e diretor artístico do Flor Ribeirinha, que relata a expansão do grupo, hoje reconhecido em 23 países.
A obra reúne uma equipe experiente composta por Mirella Duarte (roteiro e pesquisa), Yuri Kopcak (som direto), Marcos Maia (direção de fotografia), Ariana Carla (coordenação geral) e produção da BemTivi Academia de Arte, Dourado Produções e WN Produções Artísticas, sob realização da ADECELMT. Para Ariana Carla, o filme busca revelar quem é a mulher por trás do movimento cultural que transformou Cuiabá em referência internacional. “O documentário fala do Flor Ribeirinha para o mundo sob a perspectiva de dona Domingas. É um retrato da pessoa que iniciou tudo isso”, afirma.
Ao colocar dona Domingas como protagonista, o documentário reconhece sua trajetória como produtora cultural, benzedeira e guardiã dos costumes do Cururu e Siriri. Dona Domingas se tornou símbolo de resistência, identidade e força comunitária, sendo homenageada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Mato Grosso. Sua atuação transformou o Flor Ribeirinha de um grupo de quintal em um dos principais representantes da cultura tradicional brasileira, premiado em festivais da Turquia, Polônia e outros países.
Com cerca de 30 minutos de duração, o filme apresentará passagens inéditas de bastidores, ensaios, oficinas e a evolução do grupo até ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Cuiabá. Também abordará a transição geracional entre as mulheres da família Silva, da avó indígena Coxiponé, Tola, à mãe Joana Maria, passando por dona Domingas e chegando à filha Edilaine e ao neto Avinner.

Viabilizado por emenda parlamentar do deputado estadual Alberto Machado (Beto Dois a Um) e patrocinado pelo Governo de Mato Grosso via Secel-MT, o documentário será disponibilizado gratuitamente em plataformas digitais, ampliando seu alcance educativo e social. Ao final das gravações, o que se destaca é a imagem de dona Domingas como ponte entre passado e futuro, capaz de transformar memória em movimento. Em 2026, quando o documentário chegar ao público, será sua própria história que continuará dançando para o mundo.

 

Fonte: Olhar Direto

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