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Déficit do Governo Central em maio surpreende ao ficar abaixo das previsões: análise e impactos

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O Governo Central, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, registrou déficit primário de R$ 40,621 bilhões em maio, mês tradicionalmente marcado por saldo negativo nas contas públicas. O resultado, no entanto, foi 36,2% menor que o do mesmo período de 2024, quando o déficit atingiu R$ 60,408 bilhões.

Apesar de ser o quarto maior déficit já registrado para meses de maio, o número veio melhor que o esperado pelo mercado financeiro. De acordo com a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada pelo Ministério da Fazenda, a expectativa era de um déficit de R$ 62,2 bilhões.

No acumulado do ano, o cenário permanece positivo. Entre janeiro e maio, o Governo Central registrou superávit de R$ 32,198 bilhões, o melhor desempenho desde 2022. No mesmo período de 2024, houve déficit de R$ 28,652 bilhões.

O resultado primário é calculado pela diferença entre receitas e despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. A meta fiscal para 2025 prevê déficit primário zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou menos, o que permite déficit de até R$ 31 bilhões.

Precatórios impactam orçamento

Embora o superávit parcial seja positivo, o pagamento de R$ 70 bilhões em precatórios previsto para julho pode impactar o resultado anual. Em fevereiro, o governo antecipou parte desses pagamentos.

O Orçamento de 2025 projeta déficit primário de R$ 97 bilhões. Considerando apenas os gastos dentro do novo arcabouço fiscal, o déficit previsto é de R$ 31 bilhões, excluindo R$ 45,3 bilhões em precatórios.

Receitas em alta, despesas em queda

Em relação a maio de 2024, as receitas líquidas subiram 10,2% em valores nominais. Descontada a inflação, o crescimento foi de 4,7%. Já as despesas caíram 2,7% em valores nominais e 7,6% em termos reais, influenciadas pela ausência de gastos emergenciais com as enchentes no Rio Grande do Sul.

A arrecadação federal recorde em maio ajudou a conter o déficit. As receitas administradas pela Receita Federal, como impostos e contribuições, cresceram 4,7% acima da inflação. Em contrapartida, as receitas não administradas caíram 2,4%, impactadas pela queda nos dividendos de estatais e nas receitas de concessões. O crescimento de 11,9% nos royalties do petróleo compensou parcialmente essas perdas.

Gastos sob controle

Excluindo os efeitos das chuvas no Sul, o principal aumento nas despesas veio dos gastos com o funcionalismo público, que subiram 10,4% acima da inflação, impulsionados por reajustes salariais.

Os gastos com a Previdência Social recuaram 3,4% em termos reais, reflexo da antecipação de benefícios em 2024. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) subiu 6,6%, influenciado pelo aumento do salário mínimo e do número de beneficiários.

As despesas obrigatórias com programas sociais caíram 7,3% em maio. Houve queda de R$ 1,7 bilhão nos gastos com saúde e de R$ 1,1 bilhão no Bolsa Família, resultado de reavaliações cadastrais.

Investimentos em retração

Nos cinco primeiros meses de 2025, o governo federal investiu R$ 22,393 bilhões em obras e equipamentos. Descontada a inflação, isso representa queda de 16,9% em relação ao mesmo período de 2024. O Tesouro Nacional atribui a oscilação ao ritmo variável de execução das obras públicas.

Fonte: cenariomt

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