O empresário e lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como intermediador em um suposto esquema de venda de decisões judiciais, deixou a Penitenciária Central do Estado (PCE) na sexta-feira (17), em estado esquelético, mesmo recebendo um dieta especial.
A Justiça de Mato Grosso havia autorizado a entrada de outros alimentos, depois que a defesa do lobista alegou que ele tinha passado por uma cirurgia bariátrica, em 2020, e necessita de uma alimentação equilibrada. Ele estava no raio 8 da PCE.
A defesa alegou que o empresário sofreu grave piora no estado de saúde enquanto esteve preso, o que motivou o pedido de liberdade.
Sobre a soltura
A soltura foi determinada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a pedido da defesa com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A prisão preventiva foi substituída por medidas cautelares, incluindo prisão domiciliar em Primavera do Leste e o uso de tornozeleira eletrônica.
Andreson estava preso desde novembro de 2024, no Raio 8 da PCE, e é investigado na Operação Sisamnes, que apura um esquema de venda de sentenças judiciais supostamente envolvendo advogados, lobistas, servidores, empresários e magistrados.
Durante as investigações, ele foi acusado de intermediar decisões judiciais favoráveis mediante pagamento de propina, em valores que chegariam a R$ 100 mil, repassados a servidores e assessores de ministros.
Sobre o quadro de saúde que motivou a liberdade
Andreson passou por cirurgia bariátrica em 2020 e, por isso, recebeu autorização da Justiça de Mato Grosso para receber alimentação específica três vezes por semana, incluindo salame, grãos, barras de cereal, leite em pó, arroz batido, carne assada cortada em pedaços, entre outros itens.
A entrega dos alimentos era vistoriada por agentes penitenciários.
Ainda assim, segundo seus advogados, o empresário deixou a unidade prisional com sinais de fragilidade física, reflexo, segundo eles, das condições precárias da PCE, que enfrentaria dificuldades para fornecer alimentação adequada a presos com restrições médicas.
O nome de Andreson surgiu nas investigações após a Polícia Federal encontrar mensagens no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, que indicavam o possível envolvimento dele e de desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso no esquema.
Os magistrados Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho também foram afastados e usam tornozeleira eletrônica desde o final de 2024.
Fonte: primeirapagina
