Chico 2000 afirmou ter se surpreendido com o cumprimento do mandado de busca e apreensão em sua residência no início da manhã. “Estava acordado às 6h, acordo cedo. Muita surpresa, não esperava isso, não conheço as razões. Conheço o que ouvi deles, mas preciso conhecer a partir dos documentos”, disse o parlamentar, ao deixar a Câmara.
A operação investiga o pagamento de propina por parte da empresa contratada, supostamente em troca da aprovação de um projeto de lei que teria viabilizado o recebimento de recursos públicos. A Polícia aponta que parte dos valores foi paga via transferência bancária e outra parte, em espécie, entregue dentro de um dos gabinetes da Câmara.
Segundo Chico, o projeto citado na investigação tratava da autorização legislativa para que o município parcelasse dívidas previdenciárias e com a Receita Federal, condição para voltar a receber repasses da União. A matéria foi aprovada pelo Plenário em setembro de 2023. Ele argumenta que o projeto passou por comissões, foi discutido entre os líderes partidários e contou com anuência do Ministério Público, que havia questionado o projeto original encaminhado pelo então prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
“Não sou prefeito, não pago conta da prefeitura. Não faço as mensagens do Executivo, elas passam por todas as comissões, votadas em Plenário. Quero saber onde eu entro”, questionou. “Se atendi A, B ou C na Presidência, foi porque como presidente eu atendi todos. Atender na Presidência é crime?”
O vereador disse que entregou seu celular e senha às autoridades e que nada foi apreendido em sua casa ou gabinete. Ele afirmou ainda que sua defesa já foi constituída. “Na minha casa não apreenderam nada, olharam o que quiseram, entreguei meu celular e a senha. Meu gabinete não apreendeu nada (…) o que sei é que tudo isso será desmistificado. Quem não deve, não teme, estou completamente tranquilo. Aqui tem câmera, só pegar as imagens e ver quem entrou. Pix, só pedir a quebra do sigilo bancário. Agora, o que não pode é ficar com especulação e jogar o nome das pessoas ao vento, não vou aceitar”, declarou.
A operação é comandada pela delegada Juliana Rado, da Deccor. Além de Chico e Joelson, um empresário e dois funcionários da empresa contratada também são alvos. A juíza Edina Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais, determinou a suspensão dos mandatos dos dois parlamentares por tempo indeterminado.
A Câmara de Cuiabá informou que está colaborando com as investigações e fornecendo os documentos e imagens solicitadas pela Polícia Civil.
Fonte: Olhar Direto