TCE-MT — Campanha de prevenção a queimadas (out/2025)
Lucas do Rio Verde Mato Grosso

Autor de feminicídio em Lucas do Rio Verde é preso após intensa busca de três dias

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Após três dias de buscas intensas, as forças de segurança de Lucas do Rio Verde prenderam Raimundo Nonato dos Santos, autor do feminicídio que tirou a vida de Antonieta Barroso dos Santos, de 51 anos. O criminoso foi localizado na tarde desta sexta (31) em uma área de mata a cerca de 65 km do perímetro urbano, após uma grande operação integrada que contou com o apoio do helicóptero do Ciopaer – Centro Integrado de Operações Aéreas, base de Sorriso.

Desde a manhã de quarta-feira (29), quando o crime foi registrado, Raimundo estava foragido. O homem atacou a ex-esposa com golpes de faca dentro da residência dela, na Rua João Goulart, esquina com a Rua Gelindo Lira, no bairro Jaime Seiti Fujii. A vítima morreu ainda no local. A filha do casal tentou intervir e acabou ferida na mão, mas conseguiu fugir e pedir socorro.

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De acordo com a Polícia Civil, a motivação do crime está relacionada ao inconformismo do suspeito com o fim do relacionamento, encerrado há cerca de um ano, e ao ciúme pela nova relação afetiva da vítima. Raimundo foi encontrado exausto, escondido em uma região de mata fechada, e não ofereceu resistência à prisão. Após ser capturado, foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, onde permanece à disposição da Justiça.

O caso foi qualificado como feminicídio — homicídio praticado contra mulher em razão da sua condição de gênero.

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Feminicídios em alta em Lucas do Rio Verde

Com este crime, Lucas do Rio Verde chega a três casos de feminicídio em 2025, segundo registros locais. A estatística preocupa autoridades e reflete o cenário estadual. Dados do Observatório Caliandra, do Ministério Público de Mato Grosso, apontam que mais de 70% dos feminicídios no estado ocorrem dentro da casa da vítima e 43% envolvem armas brancas, como facas ou canivetes.

Mato Grosso continua liderando o índice nacional de feminicídios, com taxa de cerca de 2,5 casos por 100 mil mulheres, superando a média nacional de 1,4, conforme levantamento mais recente.

“A denúncia é o primeiro passo”, reforça GCM Priscila Nogueira

A Guarda Civil Municipal de Lucas do Rio Verde, por meio da Patrulha Maria da Penha, reforçou o alerta para que mulheres não silenciem diante de situações de violência. A GCM Priscila Nogueira destacou que o caso de Antonieta reforça a importância da denúncia precoce.

“Infelizmente, perdemos uma mulher que não chegou a pedir ajuda. Muitas vítimas acreditam que a violência vai parar, que o agressor vai mudar. Mas, na maioria das vezes, o ciclo só se intensifica. A denúncia é o primeiro passo para salvar vidas”, afirmou.

A coordenadora lembrou ainda que Mato Grosso figura no topo do ranking de feminicídios e que o município tem buscado fortalecer sua rede de proteção. “A mulher precisa denunciar para garantir medidas protetivas, como o botão do pânico e o acompanhamento da Patrulha Maria da Penha. Existem serviços de acolhimento e amparo, mas o primeiro passo tem que vir dela”, destacou Priscila.

Orientações para mulheres em situação de risco

As autoridades locais reforçam medidas essenciais de prevenção e proteção:

  • Registrar boletim de ocorrência assim que houver ameaça ou agressão;
  • Solicitar medidas protetivas de urgência, que garantem afastamento e restrição de contato do agressor;
  • Buscar ajuda da rede de proteção, como a Patrulha Maria da Penha, delegacias especializadas, assistência social e familiares de confiança;
  • Manter um plano de segurança pessoal, com contatos de emergência, documentos à mão e locais seguros para refúgio.

A prisão de Raimundo Nonato dos Santos encerra um capítulo trágico que abalou Lucas do Rio Verde, mas deixa uma mensagem urgente: a violência doméstica não deve ser silenciada. Cada denúncia pode representar uma vida preservada.

Em situações de risco iminente no município, o contato pode ser feito pelos números 190 (Polícia Militar), 197 (Polícia Civil) ou 153 (Guarda Civil Municipal), que atua com a Patrulha Maria da Penha no acolhimento e orientação das vítimas.

Fonte: cenariomt

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