Americanas obtém empréstimo de R$ 500 milhões de três sócios em operação financeira estratégica

A Americanas anunciou que vai sacar mais R$ 500,6 milhões da linha de financiamento que obteve com seus principais acionistas, o trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. A rede varejista negocia o empréstimo com os sócios de referência como uma saída para o plano de recuperação judicial com os credores.

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Os bilionários já haviam emprestado R$ 1 bilhão para a companhia manter o curso dos negócios depois de uma fraude contábil bilionária tornar-se pública. Os três detém 30% das ações das Lojas Americanas.

Em fevereiro, a varejista conseguiu autorização para captação de até R$ 2 bilhões. O tipo de empréstimo é o debtor in possession (DiP), para empresas em recuperação judicial. Agora, a Americanas só pode captar mais R$ 500 milhões em empréstimos para sua liquidez.

Lemann, Telles e Sicupira são sócios em outros empreendimentos, como na 3G Capital, controladora da cervejaria Ambev.

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Mas os próprios sócios se calçaram em buscar garantias no empréstimo para a Americanas. Os juros a serem pagos pelo financiamento são de 128% do CDI, com prazo de 24 meses.

Americanas admitiu a existência de fraude em junho

Em janeiro deste ano, tornou-se público um rombo de cerca de R$ 20 bilhões na contabilidade da empresa. Somente em junho a Americanas admitiu a fraude pela primeira vez, de R$ 25,3 bilhões. Na ocasião, a companhia acusou ex-diretores de envolvimento. 

Depois de não conseguir uma oferta satisfatória pelo Grupo Uni.co., na busca de ganhar fôlego, a empresa, neste momento, não tem mais interesse em vender marcas de sua propriedade, como a Imaginarium e a Puket.

“A companhia se reserva o direito de responder a potenciais interessados e engajar em conversas que busquem condições mais atrativas que as indicadas e irá avaliar a possibilidade de retomar o processo organizado de Market Sounding em momento oportuno”, afirmou a empresa, em nota divulgada à imprensa.