Um levantamento conduzido pelo Núcleo de Pesquisas em Administração e Ciências Contábeis (NUPAC), do Centro Universitário La Salle (Unilasalle/Lucas), em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), revelou que o custo da cesta básica continua a pesar significativamente no bolso dos trabalhadores de Lucas do Rio Verde. A análise abrange os meses de abril e maio de 2025 e mostra que, mesmo com o salário mínimo vigente, grande parte da renda é comprometida apenas com alimentação. A divulgação dos dados foi feita semana passada.
Utilizando a metodologia do DIEESE, os pesquisadores identificaram que, em abril, o valor médio da cesta chegou a R$ 890,53 no bairro Jardim Primavera, o mais alto entre os pontos pesquisados, o que correspondeu a 58,66% do salário mínimo de R$ 1.518,00. Isso significa que um trabalhador precisou dedicar mais de 129 horas do mês exclusivamente para adquirir os itens básicos de alimentação.
Em maio, houve uma leve redução no custo, com a média da cesta caindo para R$ 858,57, mas o comprometimento da renda ainda foi elevado, alcançando 57,78% do salário mínimo — o equivalente a cerca de 127 horas de trabalho. No entanto, o valor mais alto desse mês foi registrado no bairro Alvorada, com R$ 877,23.
A pesquisa foi realizada em sete estabelecimentos comerciais espalhados por diferentes bairros da cidade e revelou variações consideráveis de preços. Enquanto bairros como Bandeirantes e Alvorada registraram alguns dos menores custos médios, outras regiões — tanto centrais quanto periféricas — apresentaram valores bem acima da média.
Entre os produtos que mais influenciaram o aumento no valor da cesta estão o café em pó, afetado por adversidades climáticas e menor oferta internacional; o pão francês, impactado pela escassez de trigo; além de itens como batata e tomate, cuja produção sofreu com chuvas e temperaturas mais amenas. A carne bovina também encareceu, reflexo da baixa oferta de animais para abate e do aquecimento da demanda externa.
Com base nesses dados, os pesquisadores calcularam o valor do salário mínimo ideal, considerando os parâmetros definidos pela Constituição Federal para garantir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. Segundo o estudo, o valor deveria ser de R$ 7.481,37 em abril e R$ 7.369,57 em maio — quase cinco vezes acima do piso salarial atual.
Fonte: cenariomt