A Polícia Civil desmantelou, nesta quarta-feira (19), uma célula de facção instalada em Lucas do Rio Verde, onde um gerente local executava determinações diretas de líderes escondidos em favelas do Rio de Janeiro. A ofensiva resultou no cumprimento de ordens judiciais e atingiu o núcleo operacional e financeiro do grupo.
De acordo com informações da corporação, o esquema mantinha movimentações expressivas, armamento pesado e conexões ativas com chefes foragidos, que orientavam ações de ataque e homicídios na região norte de Mato Grosso.
As investigações apontaram que o gerente da facção funcionava como operador logístico e financeiro. Ele centralizava comandos enviados por videochamadas, coordenava repasses e administrava valores provenientes de lavagem de dinheiro. Documentos e materiais apreendidos mostram que o investigado sustentava padrão de vida alto, com veículos caros, imóveis e registros exibindo quantias expressivas e armas.
Conforme a GCCO e a Draco, responsáveis pelo levantamento iniciado em novembro de 2024, o grupo movimentou quase R$ 2 milhões em apenas dois meses. Os repasses eram distribuídos em depósitos fracionados, contas posteriormente encerradas por fraude e transferências destinadas a indivíduos ligados ao tráfico.
A estrutura ainda contava com laranjas, biqueiros, operadores logísticos e entregadores, todos organizados para manter a operação em funcionamento diário. Esse arranjo permitia que as ordens vindas do Rio fossem executadas rapidamente no interior mato-grossense, ampliando a influência da facção na região.
Comunicação direta com líderes foragidos
A apuração confirmou contato contínuo entre o gerente e chefes da facção refugiados no Rio de Janeiro. Um deles, descrito como seu “padrinho” na hierarquia criminosa e alvo de nove mandados de prisão, aparece em materiais apreendidos portando armamento pesado. As ordens tratavam de execuções, intimidações e ataques contra empresários, situações que vinham sendo registradas nos municípios do norte do estado.
Parte do arsenal utilizado pela organização era adquirida em viagens ao Rio e armazenada em uma chácara em Sorriso, tratada pelos investigadores como um paiol clandestino. No local, segundo a Polícia Civil, ficavam guardados fuzis e outros equipamentos usados nas operações criminosas.
Mandados, bloqueios e impacto operacional
A Operação Ressona cumpre 30 determinações judiciais expedidas pela 5ª Vara Criminal de Sinop, incluindo 17 mandados de prisão, 13 buscas e apreensões, bloqueio de R$ 9,3 milhões e sequestro de bens. As ações ocorrem em Lucas do Rio Verde e Guarantã do Norte, com apoio do Core, da Cecor e de equipes de Nova Mutum.
Segundo o delegado Antenor Pimentel, a ofensiva representa um golpe significativo na engrenagem da facção, reduzindo sua capacidade de articulação regional. A operação integra o programa Tolerância Zero e está alinhada à Operação Renorcrim, coordenada pelo Ministério da Justiça.
Com o avanço das diligências, a Polícia Civil afirma que novas medidas podem ser adotadas, inclusive ampliação das análises financeiras para identificar outros beneficiários do esquema. As investigações seguem em andamento, conforme informou a corporação.
Fonte: Polícia Civil
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Fonte: cenariomt






