TCE-MT — Campanha de prevenção a queimadas (out/2025)
Mato Grosso Várzea Grande

Corpo em Várzea Grande não apresenta vestígios de metanol em exame, investigação continua

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O óbito do homem de 40 anos, ocorrido na noite de sexta-feira (24) no município de Várzea Grande, na Mato Grosso, deixou em alerta serviços de saúde e vigilância sanitária: apesar do exame do Laboratório Central do Estado de Mato Grosso (Lacen-MT) ter descartado a presença de metanol no sangue da vítima, a investigação prossegue. A consequência imediata é clara: pessoas continuam em risco, e a suspeita de bebida adulterada persiste como hipótese de trabalho.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande (SMS), o paciente — residente no bairro Jardim Primavera — deu entrada no pronto-socorro da cidade na noite de terça-feira (22) por volta das 22h, apresentando confusão mental e ferimento na cabeça, possivelmente resultante de altercação. Os familiares relataram consumo de bebida alcoólica de procedência não comprovada antes dos primeiros sintomas.

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Durante a internação, o quadro evoluiu de forma abrupta: falência renal aguda, dificuldade respiratória intensa, sangramento nasal, além de necessidade de hemodiálise, intubação orotraqueal e administração do antídoto Fomepizol — medicamento específico usado em casos de intoxicação por metanol. Apesar desses esforços, o homem faleceu na tarde de sexta-feira (24). O Lacen-MT, no entanto, concluiu que não havia metanol detectável no sangue. Conforme a SMS, um segundo paciente permanece internado, em estado grave, no hospital municipal, após ingestão de vodca em distribuidora do bairro Paiaguás.

Contexto ampliado e dados relevantes

Embora o exame tenha sido negativo para metanol, isso não exime a investigação: há precedentes recentes no Brasil em que o consumo de bebidas adulteradas com essa substância levou a óbitos ou sequelas graves. No contexto regional, esse é o primeiro caso relatado oficialmente no estado com investigação desse tipo no ano — o que amplia a atenção das autoridades. De acordo com boletim do Ministério da Saúde, até 4 de outubro de 2025 foram registradas notificações em todo o país relacionadas à possível intoxicação por metanol — sendo que o estado de São Paulo concentrou a maioria desses casos.

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Do ponto de vista técnico-legal, a suspeita de ingestão de bebida adulterada com metanol configura crime. Conforme divulgado pela prefeitura de Várzea Grande, o episódio já está sendo tratado como possível crime pela Polícia Civil de Mato Grosso. Além disso, exames toxicológicos desse tipo são complicados: o metanol, quando ingerido, é metabolizado em formaldeído e ácido fórmico — compostos responsáveis por danos à visão, rins e sistema nervoso central.

É importante destacar o impacto desse tipo de caso em escala municipal: em cidades como Várzea Grande, o consumo de bebidas de origem duvidosa — com lacre violado, sem procedência ou com preço muito baixo — pode ser porta aberta para contaminação ou adulteração. A Vigilância Epidemiológica intensificou as fiscalizações em bares, distribuidoras e pontos de venda, mapeando loteamentos e embalagem suspeita.

Por que isso importa para a população? Porque a ausência de confirmação laboratorial de metanol não significa alívio automático — o quadro clínico e as circunstâncias de consumo apontam para suspeita legítima. E diante de sintomas graves como confusão mental, sangramento nasal ou insuficiência renal repentinas após bebida alcoólica, o alerta deve ser imediato.

Orientações e próximos passos

Para evitar novos incidentes, recomenda-se que consumidores adquiram bebidas somente em estabelecimentos regulares, verifiquem selo, rótulo, data de validade e origem. Em caso de ingestão seguida de sintomas como dor de cabeça intensa, visão turva, vômitos ou fraqueza rápida — procure atendimento médico urgente e informe o que foi ingerido.

Na esfera institucional, as investigações prosseguem: identificar a origem da bebida consumida pela vítima, rastrear possível comercialização clandestina e monitorar o segundo paciente em estado crítico. A cooperação entre SMS, Vigilância Sanitária e Polícia Civil será fundamental para apurar eventual cadeia de produção ou venda irregular.

Fonte dos dados: Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande e Lacen-MT.

Fonte: cenariomt

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