“Não muda, não. É conversa fiada. A eleição é ano que vem, tem um monte de gente que só fica pensando em eleição. Eu não fico pensando em eleição, não. Eu tenho muita coisa para fazer e trabalhar. É isso que me ocupo no dia a dia. Agora, se alguém estava fazendo esse tipo de contas, ele tem que se virar para lá e refaça as suas contas”, declarou.
Segundo Mendes, não cabe ampliar o número de parlamentares, mas apenas redistribuir as vagas conforme prevê a Constituição. Ele voltou a se posicionar contra o aumento da bancada federal e destacou que a prioridade deve ser a produtividade dos atuais legisladores.
“Eu acho que não precisa de mais parlamentar nesse país. Precisa que os atuais trabalhem e que produzam as normativas. Não é colocar mais 10, 20, 30, ou 2, 3 aqui e lá que vai mudar. Só vai aumentar o custo para o cidadão. A redistribuição, sim, faz parte da regra existente e deve ser aplicada”, disse.
A decisão de Fux, tomada na última segunda-feira (29), foi em resposta a pedido do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), para que mudanças na composição das bancadas estaduais só tenham validade a partir de 2030. O ministro argumentou que o processo legislativo sobre o tema ainda não foi concluído e defendeu a segurança jurídica diante da proximidade do pleito. O despacho será submetido ao Plenário do STF.
A medida frustrou expectativas em Mato Grosso, que poderia ampliar sua bancada de oito para até dez deputados federais e, em consequência, aumentar o número de cadeiras na Assembleia Legislativa de 24 para até 27.
Apesar da posição de Mendes, lideranças políticas locais avaliam que o cenário altera os cálculos eleitorais. O presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), que se prepara para migrar ao Podemos, reconheceu que partidos terão de readequar suas chapas. “Quem montou chapa com 11 candidatos a deputado federal, agora, vai ter que cortar dois nomes. Isso mexe com todos os cálculos”, afirmou.
O deputado Eduardo Botelho (União) considerou a decisão incoerente e prejudicial ao estado. “Já era uma determinação do pleno. Agora, vem uma liminar de um ministro e muda tudo. O Supremo decide conforme o vento. Mato Grosso perde duas vagas na Câmara Federal”, disse.
Na mesma linha, o deputado Dr. João (MDB) avaliou que a decisão desestimula candidaturas e aumenta o desafio eleitoral. “Mudou completamente a regra do jogo. Muitos estavam animados com 30 cadeiras. Agora, com 24, fica mais difícil. O coeficiente eleitoral vai para mais de 80 mil votos”, declarou.
Fonte: Olhar Direto