O resultado financeiro do Banco do Brasil no segundo trimestre de 2025 apresentou forte retração, fato que movimentou os bastidores do governo federal. Mesmo com a queda de 60% nos lucros, a presidente da instituição financeira, Tarciana Medeiros, permanece bem avaliada pelo Palácio do Planalto, conforme aliados do presidente Lula.
O lucro líquido, divulgado na última quinta-feira 14, foi de R$ 3,8 bilhões, valor que é apenas 40% do atingido no mesmo período do ano anterior. De acordo com a gestão, o aumento da inadimplência é um dos principais fatores para esse desempenho negativo.
Integrantes do governo atribuem a elevação do atraso no pagamento à expectativa de renegociação de dívidas no agronegócio, depois da aprovação de uma medida na Câmara dos Deputados que permite o uso de até R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal para refinanciamento do setor. A informação é do jornal .

Aprovada em julho sob articulação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a proposta representou resposta ao veto presidencial sobre o número de deputados e à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que validou o aumento do IOF e contrariou deliberação anterior do Congresso.
O texto original se destinava a pequenos produtores rurais, mas sofreu alterações com apoio do Centrão. Assim, permitiu uso dos recursos para quitar dívidas de todo agronegócio, antes reservados a saúde, educação e habitação. Agora, o projeto aguarda votação no Senado, depois de requerimento de urgência apresentado.
O Banco do Brasil elevou sua provisão para perdas esperadas (PDD) para R$ 15,9 bilhões, uma alta de 104% em comparação ao ano passado. O crescimento foi motivado tanto pela inadimplência quanto por regra do Banco Central, que exige reserva de valores para perdas projetadas. Ou seja, não contempla apenas inadimplências já consolidadas.
No trimestre, o fluxo de perda esperada foi de R$ 7,9 bilhões no agronegócio, R$ 4,8 bilhões com pessoas físicas e R$ 4,3 bilhões com empresas.
No setor do agronegócio, houve aumento de processos de recuperação judicial depois de uma safra de grãos desfavorável. A inadimplência acima de 90 dias alcançou 3,49% dos contratos, uma alta de 0,45 ponto porcentual no trimestre e 2,17 pontos porcentuais no acumulado do ano.
Apesar da pressão de senadores por uma possível substituição na presidência do BB, aliados do governo minimizam a chance de saída de Tarciana Medeiros. Congressistas apontam que Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, pleiteia o comando do banco. Contudo, fontes do governo sustentam que o desempenho financeiro não deve acelerar mudanças na gestão.
Fonte: revistaoeste